Rússia proíbe voos comerciais para aeroportos do Egito

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O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a suspensão de todos os voos comerciais com destino a aeroportos do Egito.

A notícia foi divulgada na tarde desta sexta-feira, em Moscovo, e aponta que Putin deu ‘luz verde’ a uma recomendação do Serviço de Segurança (FSB, antigo KGB) de suspensão dos voos para o Egito até que estejam determinadas as causas da queda do Airbus A321 da  MetroJet, marca subsidiária da companhia aérea russa Kogalymavia, no passado dia 31 de outubro, sobre a Península do Sinai.

“O chefe de Estado esteve de acordo com esta recomendação e encarregou o governo de a por em prática, assim como garantir o regresso ao país dos cidadãos russos” que se encontram no Egito, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por diversas agências noticiosas internacionais.

Entretanto, está a ser divulgado nesta sexta-feira, através de diversas cadeias televisivas e serviços de notícias online, que espiões norte-americanos e britânicos interceptaram informações que sugerem que uma bomba poderá ter sido levada para o avião russo que caiu no Egito na semana passada.

O jornal britânico ‘The Times’ disse que a informação surgiu quando uma operação conjunta dos serviços secretos dos dois países “utilizou satélites para descobrir comunicações eletrónicas” entre os militantes do grupo radical Estado Islâmico (EI) na Síria e no Egito, sem dar uma fonte da informação.

“O tom e conteúdo das mensagens convenceram os analistas de que uma bomba foi transportada para bordo por um passageiro ou um membro do pessoal de terra do aeroporto”, refere o jornal, a quem recentemente foi dado um raro acesso às comunicações da agência de espionagem britânica GCHQ.

Outro jornal britânico, o ‘Daily Telegraph’, escreve que “espiões britânicos intercetaram mensagens que mostravam que os extremistas do ISIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante, nome utilizado inicialmente pelo EI) tinham planeado um grande ataque terrorista na região”.

O correspondente sobre segurança da BBC, Frank Gardner, disse por seu turno que os serviços de segurança britânicos suspeitam que alguém com acesso ao compartimento da bagagem do avião colocou uma bomba no local pouco antes do jato ter descolado.

Os ‘jihadistas’ do EI reivindicaram a autoria do desastre.

Uma porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, recusou comentar as notícias, adiantando que o governo não dará pormenores sobre questões dos serviços secretos.

As administrações norte-americana e britânica declararam ser possível que um explosivo tenha causado a queda do avião, que saiu de Sharm el-Sheikh com destino a São Petersburgo, na península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo.

O Egito e a Rússia pediram paciência antes de tirar conclusões até que os resultados da investigação sobre o acidente sejam conhecidos.

 

Anteontem, dia 4 de novembro, o Reino Unido e a República da Irlanda já tinham proibido as companhias dos seus países de viajarem para aeroportos egípcios do Mar Vermelho.

 

  • Na imagem vê-se um avião semelhante e da mesma companhia do que caiu na Península do Sinai, matando todos os 224 ocupantes a bordo. Foto: Karl Dittibacher/Planespotters.net

 

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