A Ryanair reduziu a sua previsão de lucro para o corrente ano fiscal em 12%, devido às greves dos funcionários, indemnizações a clientes e aumento do preço do petróleo.
A companhia aérea irlandesa de baixo custo colocou a sua expectativa para o ano (31 de março de 2018/2019) entre 1.100 e 1.200 milhões de euros, relativamente à estimativa anterior de 1.250 a 1.350 milhões de euros.
A Ryanair explica que as greves da sua tripulação e pilotos em setembro em Itália, Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica e Alemanha causaram uma queda nas receitas e também nas reservas futuras, devido à “perda de confiança” dos passageiros.
Os lucros também foram afetados pelo custo das compensações aos clientes (em acomodações ou bilhetes), bem como o aumento de 10% no preço do petróleo, segundo indicou a companhia aérea que é liderada por Michael O’Leary.
Por isso, a Ryanair decidiu reduzir em 1% a sua oferta para este inverno, o que se traduz no encerramento das pequenas bases de Eindhoven, na Holanda, e Bremen (Alemanha), e na redução em Niederrhein (Alemanha).
Na nota, a empresa garantiu que vai negociar com as equipas destas bases para “minimizar os despedimentos”, que podem incluir “licença ou transferências voluntárias não remuneradas”.
Michael O’Leary lamentou o efeito das greves, que qualificou de “desnecessárias”, no desempenho da empresa, mas assegurou que durante as paralisações de setembro a Ryanair manteve “mais de 90%” do seu programa de voos.
O responsável disse que, desde que a companhia aérea reconheceu a negociação coletiva através de sindicatos, em dezembro passado, “grandes progressos foram feitos em mercados importantes”, como a Irlanda, o Reino Unido “e, mais recentemente, a Itália”.
No entanto, acrescentou, “infelizmente este progresso foi impedido” em Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica e Alemanha, onde “houve interferência” nas negociações de gestão com a força de trabalho, supostamente por trabalhadores e outros grupos.
Na sexta-feira passada, uma greve da tripulação de cabina e dos pilotos da Ryanair em seis países europeus deixou cerca de 250 voos em terra e afetou cerca de 40.000 passageiros.
O’Leary advertiu ainda na nota que “não estão descartadas” mais greves nos próximos meses, o que pode levar a outra revisão das previsões de receita e ofertas de voos da companhia aérea.