O Grupo Ryanair alertou nesta quarta-feira, dia 16 de fevereiro, o Governo Português para o facto da TAP continuar a acumular slots (faixas horárias de descolagem e aterragem) não utilizados no Aeroporto de Lisboa.
“Com uma frota reduzida, e três mil milhões de euros em auxílios estatais, a TAP não pode e não irá utilizar os slots este Verão”, diz o grupo de companhias aéreas de baixo custo, em comunicado distribuído nesta quarta-feira, e que repercute novamente a opinião do seu presidente executivo, Michael O’Leary, que desde há alguns meses vem ameaçando reduzir a operação em Lisboa.
A Ryanair “poderá ser forçada a reduzir o número de aeronaves da base em Lisboa, de sete para quatro, no Verão 2022, com a perda de 20 rotas de e para Lisboa, tendo em conta a contínua acumulação de slots não utilizados, no aeroporto de Lisboa”, lê-se na nota de imprensa.
A Ryanair diz que investiu no Aeroporto de Lisboa este Inverno 700 milhões de dólares, para poder basear sete aviões e está disposta a continuar a investir no Verão de 2022, “desde que o Governo Português exija à TAP a libertação de alguns dos slots não utilizados até ao final de fevereiro”. “A Ryanair apela ao Governo Português, pela última vez, que force a TAP a libertar slots não utilizados, de forma a promover a concorrência, o crescimento e a salvaguardar rotas e empregos em Lisboa. Enquanto a Ryanair tem vindo a crescer, a TAP reduziu a sua frota em 20%, mas libertou menos de 5% dos seus slots em Lisboa, tendo já absorvido mais de três mil milhões de euros em auxílios estatais (custando a cada homem, mulher e criança portuguesa mais de 300 euros) do Governo Português”, contesta a companhia de matriz irlandesa.
“Enquanto um dos maiores investidores e criadores de emprego de Portugal, apelamos ao novo Governo português que apoie a recuperação do tráfego e obrigue a TAP a libertar os slots não utilizadas em Lisboa (os quais não necessita) antes do final de Fevereiro. Este bloqueio desleal de slots por parte da TAP, subsidiada pelo Estado, impede o crescimento e a recuperação do tráfego, turismo e emprego no Aeroporto da Portela em Lisboa, em detrimento da economia portuguesa, com uma perda potencial de 250 milhões de euros em receitas do turismo só no Verão de 2022”, refere em discurso direto Michael O’Leary.