O portal informativo de viagens e turismo PressTUR publica hoje uma notícia interessante acerca de uma eventual mudança de estratégia comercial da companhia de baixo custo irlandesa Ryanair.
Dado o interesse que esta matéria tem para quem se dedica à aviação comercial, reproduzimos na íntegra, com a devida vénia, o artigo do portal português que foi intitulado: “Ryanair já está a negociar com três GDS/Também quer chegar às agências de viagens”:
«A mesma Ryanair que fez campanha contra as agências de viagens, que classificava de ‘parasitas’, está em vias de ‘derrubar o seu último muro de Berlim” e colocar o seu inventário nos GDS para poder ser comercializado pelas agências de viagens.
A publicação especializada em tecnologia para o turismo “TNooz” avançou na semana passada que a Ryanair lhe confirmou estar em conversações com os GDS Travelport, Amadeus e Sabre para que disponibilizem os seus voos nas plataformas de distribuição que têm implantadas nas agências de viagens.
O “TNooz” salienta que quando na semana passada a Ryanair anunciou a criação um serviço de grupos e de clientes empresariais, liderado por Lesley Kane, anteriormente responsável por Vendas e Marketing na Europa, a sua mensagem foi precisamente que estava a dar o passo que a easyJet e outras low cost já deram.
De facto, o comunicado em que se anunciava a nomeação de Lesley Kane, dizia que já tinha disponível no seu website a reserva de grupos e que “nas próximas semanas” tenciona divulgar um “novo produto business”, com “bilhetes flexíveis, lugares reservados e fast track em aeroportos seleccionados”.
Ou seja, características imprescindíveis para não afastar os clientes de viagens profissionais e de negócios, que precisam de ter bilhetes que lhes permitam alterações de datas, pois estão sujeitos a alterações de agenda com certa frequência.
O passo seguinte será, necessariamente, a distribuição dos seus voos pelas agências de viagens, que são o canal que domina as vendas de viagens profissionais e de negócios, e para lá chegar terá que ser via GDS.
O “TNooz” cita Lesley Kane que diz não haver ainda qualquer acordo com qualquer dos três maiores GDS, nem sequer uma decisão quanto a estar em mais do que um ou apenas em um.
A executiva destaca que o plano de negócios da Ryanair aponta para que incorpore 175 novos aviões até 2019, atingindo um total de 420, e que para ter sucesso nessa expansão dos 81 milhões de passageiros em 2014 para 110 milhões em cinco anos, a companhia precisa ir buscar tráfego a outros segmentos de mercado.
O “TNooz” assinala que para a Ryanair, embora seja mais um passo na ‘perestroika’ iniciada no ano passado, quando começou a falhar metas de lucros, a colocação dos voos nos GDS não é propriamente uma novidade, pois há dez anos, antes de se centrar na venda exclusiva via o seu website, era o que fazia, via Galileo, Worldspan, Sabre e Amadeus.
Michael O’Leary, CEO da Ryanair, citado no comunicado em que é anunciada a constituição do serviço de grupos e passageiros de negócios, não se refere a qual evolução no sentido de abrir outros canais de comercialização, dizendo apenas que 2014 vai ser um “ano muito excitante” para grupos e viagens profissionais, pois a entrada da Ryanair neste segmento irá “baixar significativamente os seus custos de viagens”.
Lesley Kane, também citada nesse comunicado, apenas indica que a Ryanair terá “produtos formatados” para grupos e passageiros de negócios que foram desenvolvidos tendo em conta “os numerosos pedidos de organizadores de grupos e viagens profissionais”.»
- Foto: Ryanair/Image Gallery