Ryanair pede intervenção da CE face às contínuas greves em França, que afetam o tráfego aéreo

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A Ryanair, que se autointitula a maior companhia aérea europeia, distribuiu nesta segunda-feira, dia 27 de março, um comunicado em que alerta a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o “cancelamento contínuo” de sobrevoos em França devido à greve dos controladores aéreos franceses.

A Ryanair lamenta “o cancelamento contínuo dos voos sobre a França devido às repetidas greves dos controladores de tráfego aéreo franceses”, criticando que a legislação francesa apenas esteja a ser aplicada “para proteger os voos domésticos franceses”. Por isso pede o apoio da líder da Comissão Europeia que, refere a Ryanair, ainda “não tomou quaisquer medidas”.

De acordo com a transportadora aérea irlandesa de baixo custo, os sobrevoos da União Europeia (UE) a partir da Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido e Irlanda “são cancelados apenas porque um pequeno sindicato francês de controladores de tráfego aéreo franceses encerra repetidamente os céus sobre a Europa”.

No passado fim de semana, mais de 25% dos 9.000 voos regulares da Ryanair sofreram atrasos devido a perturbações dos controladores aéreos franceses, enquanto 230 voos (que transportariam 41.000 passageiros) foram cancelados devido às restrições de capacidade, segundo dados da empresa.

A posição surge uma semana depois de a Ryanair ter lançado uma petição para solicitar à Comissão Europeia que intervenha para “proteger os passageiros” durante greves aéreas em França, exigindo serviços mínimos e gestão externa de voos.

“Infelizmente, até à data, a Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, não tomou quaisquer medidas sobre estas medidas para proteger os cidadãos da UE e sobrevoos”, lamenta a Ryanair.

Na semana passada, a Ryanair revelou que as greves do setor aeronáutico este ano em França já atrasaram ou levaram ao cancelamento de voos que transportariam mais de um milhão de passageiros, principalmente de sobrevoo em território francês.

Alegando não existirem regulamentos europeus para proteger os voos sobre o espaço aéreo francês durante as greves atuais, a companhia aérea irlandesa de baixo custo pediu que o executivo comunitário recorra a leis de serviços mínimos para salvaguardar as operações de sobrevoo, que permita a outros controladores aéreos europeus gerir voos sobre França e ainda que faça com que os sindicatos franceses se comprometam com arbitragens vinculativas antes de convocarem greves.

A França enfrenta atualmente várias ações de greve convocadas pelos sindicatos – não só representativos dos controladores aéreos, como outros – em protesto contra as reformas das pensões do Presidente francês, Emmanuel Macron, para aumentar a idade mínima de reforma de 62 anos para 64 anos.

Esta situação afeta a aviação no país, o que já levou a Autoridade Francesa de Aviação Civil a pedir às companhias aéreas que reduzam os seus horários de voo.

Dados da Ryanair revelam que, em 14 acções de greve nas últimas oito semanas, os passageiros afetados por esta situação já ultrapassam os que enfrentaram cenários idênticos em 2022, com 80% dos voos atuais impactados a serem de sobrevoo em França, como de e para o Reino Unido, Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

Os dados divulgados na semana passada davam ainda conta de que 350 voos de ou para Portugal foram afetados este ano, num total de 62.500 passageiros com viagens atrasadas ou canceladas, já que as leis francesas apenas salvaguardam os voos internos.

 

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