A SA Express, companhia subsidiária da South African Airways (SAA) vai passar a voar para Angola, Botsuana e Zimbabué. O anúncio foi feito esta semana em Joanesburgo, pela presidente executiva da empresa, Siza Mzimela, após terem sido obtidas as devidas autorizações por parte do IASC (International Air Services Council) e da Autoridade Nacional de Aviação Civil da África do Sul.
A companhia passará a competir em percursos regionais que antes estavam praticamente reservados à SA Airlink, uma companhia aérea privada, mas também parceira na rede da SAA, nomeadamente nas ligações para aeroportos mais pequenos e de menor movimento em países da África Austral.
A SA Express vai adicionar um voo diário entre o Aeroporto Internacional da Cidade do Cabo e Gaborone, no Botsuana; outro voo diário entre o Aeroporto Internacional Oliver Tambo/Joanesburgo e Bulawayo, no Zimbabué; e três voos semanais de Joanesburgo para Luanda, em Angola.
As novas frequências regionais da SA Express foram finalmente aprovadas após um impasse que resultou das objeções da companhia aérea concorrente, a SA Airlink, que pretendia permanecer como único operador nesses mercados. Uma situação de monopólio, que foi agora recusada com recurso a uma arbitragem internacional.
Comentando a concessão de suas novas rotas, o porta-voz da SA Express, Mpho Majatladi, disse que a abertura destas novas rotas para países vizinhos, “é crucial, pois permitirá à companhia aérea continuar a expandir, de forma adequada e sustentável, o seu negócio”.
“Estamos muito satisfeitos com a decisão do Conselho (IASC), pois nos permite acelerar a implementação de nossa estratégia para oferecer serviços regionais muito necessários para alcançar a sustentabilidade comercial”, adiantou Mpho Majatladi que anunciou a intenção da SA Express “lançar essas novas rotas o mais rápido possível, pois são mercados de alto rendimento”.
Contudo, a SA Airlink, não perdeu tempo, e contestou imediatamente a concessão das três novas rotas à sua concorrente. No protesto, os responsáveis pela Airlink dizem que a SA Express, que está integrada na SAA, é uma companhia em situação de bancarrota e que não tem saúde financeira para assegurar a segurança e a sustentabilidade das rotas que lhe foram atribuídas.
A SA Express suspendeu operações no mês de maio deste ano, devido a problemas de segurança com as suas aeronaves. Em agosto passado voltou a voar, tendo o seu Certificado de Operador Aéreo (COA) sido restaurado depois de diversos trabalhos de manutenção nas suas aeronaves e reestruturação do seu departamento técnico. Num fase interina foi nomeada diretora-geral interina a antiga presidente da SAA, Siza Mzimela, que no final deste Verão foi nomeada para as funções de CEO da SA Express. No passado dia 7 de outubro, anunciou a abertura das novas rotas e um plano de reestruturação da empresa para competir em todos os mercados da África Austral.
A SA Airlink não se deixou ficar calada e na imprensa sul-africana os seus responsáveis não se cansam de dizer, e mostrar através de números, que a concorrente só poderá continuar se o Governo da República da África do Sul injetar importantes quantias na empresa, como já o fez nos últimos anos. Isso tem acontecido, igualmente, na empresa-mãe, a SAA, companhia de capitais públicos que tem sido um sorvedouro de financiamentos do Orçamento de Estado. Ambas estão à beira da bancarrota.