Paulo Menezes, presidente do Conselho de Administração da SATA, disse nesta quarta-feira, dia 1 de março, à RDP/Madeira que o grupo aéreo açoriano focou as suas operações no arquipélago dos Açores e que, para já, não irá voltar à rota Madeira-Lisboa.
Depois de conversações no Funchal, no ano passado, entre a administração da SATA e o Governo Regional da Madeira, o grupo aéreo açoriano fez um novo estudo sobre a linha, mas terá chegado à conclusão de que não seria viável retomar a ligação que no início desta década contava com duas ligações diárias, com boa ocupação e muito agrado dos madeirenses. Contudo, Paulo Menezes admite que a SATA Air Açores, companhia do grupo que se dedica aos voos inter-ilhas, poderá voltar ao arquipélago da Madeira, para os voos inter-insulares entre as duas ilhas do arquipélago – Porto Santo-Madeira. Menezes diz ter disponibilidade de frota, concordância das tripulações que gostam muito de estar no arquipélago e destacou que o grupo SATA conta com muitos naturais da Madeira nos seus quadros. Salientou ainda o facto dos madeirenses terem apreciado o trabalho feito pela SATA na Região Autónoma e de muitas pessoas terem saudades desse serviço e que, por isso, gostariam de ver novamente a companhia na rota. “Não desprezaremos a oportunidade”, disse Paulo Menezes à RDP/Madeira.
Trata-se de uma operação sujeita a obrigações de serviço público (OSP) onde a companhia açoriana já esteve durante cerca de quatro anos, no passado, com um avião Bombardier Q200. O novo concurso internacional para escolher uma nova companhia que será responsável pelas ligações por um período de três anos, após 1 de julho deste ano, deverá ser lançado dentro de poucos dias pelo Estado Português.
Como se verifica pela proximidade das datas, o concurso será lançado já com atraso, e não deverão ser conhecidos resultados em tempo útil que permita a assinatura de novo contrato antes da data em que expira o atual contrato [31 de maio de 2017] atribuído à empresa portuguesa Aerovip do Grupo SevenAir, a mesma que detém a concessão do contrato de OSP entre aeródromos do Norte e do Sul de Portugal. Isso obrigará o Governo de Lisboa a contratar uma companhia aérea por ajuste direto para, pelo menos, um período de seis meses, até que o procedimento do concurso internacional esteja concluído de acordo com as normas e diretrizes europeias em vigor.
A prestação de serviço da Aerovip na rota Porto Santo-Madeira tem merecido diversos reparos, nomeadamente por parte do Governo Regional que enviou há vários meses um memorando para Lisboa, em que sugere um avião maior na rota, com maior capacidade de transporte de passageiros e de carga, com melhor atenção e comodidade para as pessoas com incapacidades motoras, melhor acondicionamento das bagagens, nomeadamente dos sacos dos turistas praticantes de golfe, já que a ilha do Porto Santo é, também, um destino de golfe, e um sistema de reservas que permita correspondência nos sistemas globais de reservas de viagens (GDS), já que o atual não permite, nem tão pouco a combinação de voos com bilhetes corridos.
Tudo questões que a Aerovip já tem manifestado interesse em corrigir para um próximo concurso. À espera do caderno de encargos estarão pois diversas companhias aéreas regionais. Além do interesse já conhecido da Aerovip e da SATA Air Açores, outras companhias estão à espera de conhecer as condições do novo concurso. O ‘Newsavia’ sabe que a portuguesa EverJets, a espanhola Binter Canarias e a dinamarquesa DAT são, por exemplo, outras três interessadas em analisar o caderno de encargos que, sem qualquer justificação, ainda não foi publicado.