A secretária de Estado da Defesa Nacional do Governo da República Portuguesa, Berta Cabral, afirmou na sexta-feira, dia 11 de Setembro, não haver constrangimentos na Base Aérea das Lajes, na ilha Terceira (Açores), sob supervisão da Força Aérea Portuguesa (FAP), para receber voos civis, mostrando-se certa de que os novos responsáveis da base militar e da aerogare civil “vão conseguir entender-se”.
“Não há nenhum constrangimento técnico nem operacional por parte da base das Lajes em receber voos civis. Podem vir todas as companhias do mundo operar na base das Lajes, desde que apresentem o seu programa de voos à Força Aérea”, afirmou a responsável aos jornalistas, na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, onde se deslocou para ser ouvida na comissão de inquérito ao grupo SATA da Assembleia Legislativa, onde foi ouvida como ex-presidente do conselho de administração da SATA Air Açores, lugar que desempenhou entre Junho de 1994 e o ano seguinte, quando foi nomeada para secretária regional do Governo Regional.
O Governo Regional e o CDS/Açores apontaram esta semana constrangimentos no parqueamento de aviões civis na base da Terceira (onde aterram os aviões comerciais que passam na ilha), referindo que por várias vezes houve aeronaves a aguardar algum tempo, com os passageiros no interior e os motores ligados, enquanto não tinham autorização para estacionar em placas militares, por congestionamento da placa onde habitualmente permanecem. (Leia nossa notícia anterior)
Berta Cabral sublinhou que 70% do tráfego da base se refere hoje à aviação civil e disse estar a par de uma situação “lamentável” em que um avião da TAP esteve a aguardar 30 minutos por estacionamento, esta semana, “por indisponibilidade da placa civil e indisponibilidade de equipamento na placa militar”.
A Força Aérea Portuguesa informou na sexta-feira estar em causa a ausência “momentânea” de condições de operação.
“Esperemos que não se repita e esperemos também que haja uma melhor articulação […]. Estou absolutamente convencida de que os novos responsáveis da base e da aerogare civil vão conseguir entender-se, porque têm de coabitar no mesmo espaço. E para coabitarmos no mesmo espaço, seja em que área for, tem de haver diálogo, tem de haver entendimento”, afirmou, acrescentando que “às vezes são precisos incidentes desta natureza para que as pessoas percebam que é preciso sentar-se à mesa”.
A governante disse ainda que continua em curso o trabalho, já anunciado, para identificar protocolos e acordos técnicos importantes para “agilizar o uso civil da base”, mas sem alterar a sua operacionalidade.
“O trabalho continua, logo que se conheçam os resultados, serão públicos”, declarou.