Prosseguem nesta quarta-feira, dia 27 de julho, as buscas para encontrar o corpo do piloto-aviador militar brasileiro que desapareceu no mar na última terça-feira, depois de um caça-bombardeiro ‘Skyhawk AF-4’ da Marinha se ter despenhado a cerca de 23 milhas (44 quilómetros da costa), em Saquarema, na Região dos Lagos, Estado do Rio de Janeiro, após ter colidido com outro avião semelhante durante um exercício militar de segurança para os Jogos Olímpicos.
Segundo uma nota da Marinha de Guerra do Brasil, os dois aviões, que estavam estacionados na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, colidiram durante um exercício de treino de ataque a alvos de superfície com a fragata ‘Liberal’, esta a navegar a cerca de 100 quilómetros frente a Saquarema.
A nota distribuída pela Marinha refere que o acidente aconteceu durante o voo de afastamento do navio, em formatura tática, para realização de um novo ataque. Após o embate, um dos aviões conseguiu pousar em segurança na base de São Pedro da Aldeia, mas o outro caiu no mar. A entidade militar admite que o piloto ter-se-á ejetado, mas a verdade é que cerca de 24 horas depois ainda não foi encontrado. Navios, aviões e helicópteros militares participam nas buscas, mesmo durante a noite, e apenas encontraram pedaços do avião sinistrado.
Este é o segundo avião que as Forças Armadas do Brasil perdem em exercícios de treino para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (RIO 2016) que começam dentro de poucos dias na cidade brasileira. No início do mês (dia 5 de julho) um F-5-FM Tiger da Força Aérea Brasileira caiu junto da Base Aérea de Santa Cruz, no Estado do Rio de Janeiro. Os dois pilotos que seguiam a bordo ejetaram-se, tendo o avião ardido numa zona desabitada, para onde foi direcionado pela tripulação, antes de abandoná-lo.
A Marinha do Brasil adquiriu à Força Aérea do Kuwait, em 1998, uma esquadra de 23 aviões Skyhawk, versão A-4KU, que foram construídos pela fábrica norte-americana McDonnell Douglas no início da década de setenta e que combateram na Guerra do Golfo, em 1991. Uma dúzia destes aparelhos foram escolhidos para um programa de modernização e reconversão dos seus sistemas de navegação, em 2012, já tendo em vista a ‘Copa do Mundo’ em 2014 e os Jogos Olímpicos, neste ano. Contudo, atrasos na execução do programa, que custa 140 milhões de dólares norte-americanos e que está a ser feito em cooperação com a ‘Embraer’, não permitiram a conclusão dos trabalhos e o número de aeronaves previstas só estarão prontas no final do próximo ano. As que estão operacionais, com a modernização dos sistemas já executada, estão baseadas em São Pedro da Aldeia, até final do eventos olímpicos.
Estas aeronaves estão preparadas para pousarem em navios porta-aviões. A Marinha de Guerra do Brasil tem um navio deste tipo que se encontra fundeado desde 2011 no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro. Notícias publicadas na imprensa brasileira, em 2015, apontavam para 2019, a reentrada do porta-aviões, depois da reparação a que está a ser alvo. Contudo, pouco se sabe sobre o futuro do navio, que segundo relatórios da Marinha deverá ser substituído em 2025. O porta-aviões foi construído há mais de meio século e serviu primeiro na Marinha de Guerra Francesa, com o nome ‘Foch’. Adquirido em 2000 pela Marinha do Brasil foi rebatizado com o nome de navio-aeródromo ‘São Paulo’, ostentando no casco o registo A12. O futuro do ‘São Paulo’ é incerto, consideram outras fontes castrenses, pois poderá estar dependente de um grande debate sobre o futuro das Forças Armadas que alguns círculos político-militares do País pretendem provocar logo que o Brasil reconquiste a paz política e governamental que todos anseiam.
- Foto © Rob Schleiffert/Wikimedia Commons