A companhia paquistanesa Shaheen Air International (SAI), a segunda maior do país, anunciou na passada sexta-feira, dia 8 de fevereiro, o encerramento das operações devido a problemas de ordem financeira, uma questão que se arrastava desde há alguns meses e que no ano passado já tinha dado origem a vários interregnos da operação regular da empresa aérea.
Os empregados da Shaheen Air foram informados da decisão da administração da companhia que lhes comunicou ainda que o processo de insolvência da empresa está a decorrer de acordo com a legislação em vigor no país, escreveu o jornal ‘Daily Times’, que se publica em Islamabad.
Aziz e Javed Sehbai, dois irmãos paquistaneses que controlavam a companhia aérea, agradeceram aos seus empregados o empenho que sempre demonstraram na recuperação da empresa aérea e pediu-lhes desculpa pelo facto de não terem conseguido pagar os salários nos últimos oito meses. “Agora todos os trabalhadores estão livres para mudar de emprego e, estejam certos de que a família Sehbai não está mais ligada à Shaheen Air”, lê-se na carta dirigida aos empregados que foi assinada pelo último presidente executivo da companhia, Imran Aziz.
A Shaheen Air foi criada em 1993 por elementos da família Shehbai, através de uma Fundação do mesmo nome. Mas desde cedo a atividade da empresa não correu da melhor maneira. Em 2004 a Autoridade Nacional de Aviação do Paquistão (CAA) retirou-lhe a licença por dívidas muito grandes. Poucos meses depois com a ajuda de alguns fundos de investimentos a família Shehbai retomou a atividade da sua companhia aérea, com operações domésticas e internacionais. Em outubro de 2018 a companhia voltou a estar proibida de voar, novamente por não ter honrado os seus compromissos financeiros. Tentou realizar alguns voos, nomeadamente na peregrinação do Hajj, transportando muçulmanos para a Arábia Saudita, e procurou recuperar o seu COA alegando que estava prestes a entrar na empresa um significativo investimento de um príncipe saudita que acabou por não se concretizar.
A companhia chegou a ter 16 aviões na frota. No ano passado restavam oito que foram levados do Paquistão pela empresa de leasing irlandesa AeroCap, que tratou, com sucesso, do repatriamento das aeronaves com as autoridades diplomáticas em Islamabad.
Com o encerramento da Shaheen Air vão para o desemprego cerca de 4.000 trabalhadores.
Presentemente a República Islâmica do Paquistão, no Sul da Ásia, com uma população estimada em mais de 200 milhões de habitantes, tem uma companhia aérea comercial, propriedade do Estado, a PIA – Pakistan International, e mais duas privadas. Quatro novas empresas estão em processo de certificação para entrarem no mercado de transporte de passageiros e carga.