O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a TAP de lucrar quase 66 milhões de euros em 2022 à custa dos cortes salariais dos trabalhadores, e de financiar a viabilidade da companhia aérea à custa dos funcionários.
Reagindo nesta terça-feira, dia 21 de março, à apresentação dos resultados da TAP no exercício de 2022 (LINK notícia relacionada), que mostram um regresso aos resultados positivos antes do previsto no plano de reestruturação, depois de prejuízos de 1.600 milhões em 2021, o sindicato diz que, no entanto, vai dar “um voto de confiança” à nova Administração Executiva da TAP, que em breve vai tomar posse.
“O parco resultado da TAP no ano passado foi conseguido sim, e apenas, à custa dos cortes salariais dos trabalhadores, tendo para isso contribuído substancialmente os pilotos, com um corte salarial de 45% no ano de 2022. Destacamos, pois, que estes débeis resultados nem sequer cobrem o valor do que seria retribuição anual, sem cortes, dos pilotos!”, denúncia o SPAC em comunicado.
O SPAC diz ainda que as contas da companhia aérea, hoje divulgadas, provam assim que “foram e continuam a ser os trabalhadores, e em particular os pilotos, a financiar a viabilidade da empresa, na sua dupla qualidade” de contribuintes e funcionários com os salários cortados.
“Concluímos, como temos vindo a alertar há bastante tempo, que o Plano de Reestruturação da TAP apenas prevê, como medida estrutural, os cortes salariais e a degradação das condições de trabalho, sem localizar, eliminar ou mitigar o que de facto impacta a sustentabilidade da empresa”, frisa.
O sindicato diz ainda que espera poder unir esforços entre administração e trabalhadores, com a nova administração executivo, “de forma a que quem está na linha da frente possa ser ouvido e contribua diretamente na verdadeira reconstrução da empresa”, de que todos querem fazer parte.
“Uma TAP de futuro e com futuro”, conclui o no comunicado.