O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) recusou que a TAP seja usada como “instrumento político ou de lutas partidárias”, pedindo conclusões rápidas porque, a “cada dia que passa”, a empresa “está a perder valor”.
“Sobre a mediatização da TAP, é inaceitável verificar-se a utilização da TAP como um instrumento político ou de lutas partidárias ou outras razões”, alertou nesta quarta-feira, dia 26 de abril, Pedro Figueiredo, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), na intervenção inicial durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, na Assembleia da República, em Lisboa.
Segundo o sindicalista, “a imagem negativa da empresa afasta clientes e desvaloriza cada vez mais a TAP e quem paga no final vão ser os trabalhadores”, recordando que “há muita gente que quer que esta situação continue, mas é preciso entender que da TAP dependem muitas famílias”.
“Este é um assunto demasiado sério e desejamos que rapidamente se cheguem a conclusões porque, cada dia que passa, a TAP, nesta situação, está a perder valor e este clima está a levar à saída de pessoas e trabalhadores e à dificuldade na contratação”, alertou.
Pedro Figueiredo avisou ainda que “com o verão que se avizinha, a TAP muito dificilmente poderá desempenhar devidamente a sua atividade”.
Defendendo “uma TAP com controlo público”, e “o hub de Lisboa”, o sindicalista defendeu que “os resultados positivos se devem ao esforço dos trabalhadores e que é urgente levantar os cortes em vigor na TAP que estrangulam a própria atividade” da empresa.
No período de inquirição do PSD, pelo deputado Paulo Moniz, Pedro Figueiredo confirmou que já se reuniu com o novo presidente da TAP, Luís Rodrigues, numa reunião com os restantes sindicatos.
O sindicalista referiu a “experiência positiva” com Luís Rodrigues na SATA, “embora os fatores que irão condicionar serão muitos na TAP”, considerando que até agora “tem estado a correr bem”.
Questionado sobre a decisão do Governo do PS de, depois de reverter a privatização da TAP em 2016 estar agora a iniciar um novo processo de venda a privados, Pedro Figueiredo começou por referir que na vida por vezes é preciso “mudar de estratégias”.
“Em 2015 foi necessário formar Governo, era preciso fazer acordos. Esta é a minha opinião pessoal”, respondeu.
Na interpelação da deputada do BE Mariana Mortágua, o sindicalista referiu que a “Ryanair para onde vai seca tudo à volta”.
“Nós não temos conhecimento nenhum ou evidência de algum trabalho de consultoria feito por Fernando Pinto”, respondeu à bloquista.