O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) disse nesta terça-feira, dia 24 de novembro, que já se perderam 3.000 postos de trabalho nas quatro empresas do grupo TAP, pela não renovação de contratos a termo e cancelamento de contratos temporários.
Num comunicado distribuído em Lisboa, o SITAVA tece duras críticas aos atuais responsáveis pela gestão do grupo aéreo português, acusando-os de “cortes cegos” que estão a provocar “graves prejuízos” e levaram já a que a TAP tivesse de contratar serviço de apoio a passageiros à LGSP, do grupo Lufthansa.
“É do conhecimento de todos nós, que desde o início da crise pandémica, a TAP e as restantes empresas do grupo decidiram, infelizmente para milhares de trabalhadores, pela não renovação dos contratos a termo, e pelo cancelamento dos contratos com as empresas de trabalho temporário”, apontou o SITAVA, em comunicado.
“Talvez estes que nos ameaçam [com despedimentos] não tenham interesse em fazer contas porque se quisessem fazê-las saberiam que só nas quatro empresas do grupo (incluindo a SPDH, a empresa de handling que atua sob a marca Groundforce Portugal) já se perderam cerca de 3.000 postos de trabalho”, acrescenta o documento distribuído pelo sindicato.
“Dizem eles em tom ameaçador que vai haver despedimentos. Mais uma vez, só temos que dizer a estes senhores, que se isto não for má fé, então continuam distraídos”, considerou o sindicato.
O SITAVA acusou, ainda, o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da companhia aérea de divulgarem, quase diariamente, notícias na comunicação social, “ameaçando os trabalhadores em vésperas de ser conhecido o tal projeto de reestruturação”.
Os representantes dos trabalhadores da aviação e dos aeroportos reiteraram também que a “única responsável pela preocupante situação” da TAP é a crise sanitária que se atravessa, considerando, por isso, que não pode “ser aos trabalhadores qualquer responsabilidade”.
Relativamente à redução da frota, que também tem sido referida no âmbito do plano de reestruturação a apresentar em Bruxelas até 10 de dezembro, o sindicato disse que isso só é novidade “para os distraídos”, uma vez que a renovação da frota que a TAP realizou nos anos de 2018 e 2019 tinha já como pressuposto a saída de operação das aeronaves mais antigas, durante o ano de 2021.
“Com esta realidade presente, só por má fé se poderá plantar agora na comunicação social, que a reestruturação da TAP obriga à redução da frota. É falso. A frota da TAP – TAP mais Portugália – será diminuída das unidades mais antigas o que vai, obviamente, diminuir o número de aviões nas duas frotas. Claro que vai, tal como já estava previsto”, destaca ainda o comunicado do sindicato.