O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) exigiu nesta terça-feira, dia 20 de abril, conhecer os critérios que levaram a TAP a escolher a quem vão ser propostas medidas de adesão voluntária, como rescisões por mútuo acordo.
“Soubemos ontem [segunda-feira] que a TAP está a enviar comunicações a alguns trabalhadores marcando-lhes uma reunião com a DRH [Direção de Recursos Humanos]. Em primeiro lugar, exigimos saber muito claramente os critérios que levaram a que a empresa tenha escolhido estes trabalhadores e não outros”, lê-se num comunicado enviado pelo sindicato.
O SITAVA reiterou que considera “criminoso” o que está a acontecer na TAP, que, no âmbito do processo de reestruturação de que está a ser alvo, está a reduzir o número de postos de trabalho, propondo medidas de adesão voluntária, como rescisões por mútuo acordo, pré-reformas, entre outras.
O sindicato lembrou que, em dezembro de 2019, a TAP tinha 8.650 trabalhadores em Portugal, sobre os quais o Conselho de Administração da companhia aérea e o Governo (novamente acionista maioritário desde 2020) “descarregam a sua fúria destruidora com mais de 2.500 postos de trabalho já perdidos”.
“Se a estes juntarmos os 600 que agora dizem querer despedir, acabam com cerca de 35% da força de trabalho”, sublinhou o SITAVA, acrescentando que, no final do processo, a empresa ficará com apenas 5.500 trabalhadores.
O sindicato reconhece que, devido aos efeitos da pandemia de covid-19 na aviação, as empresas do setor estão a recorrer, por todo o mundo, à diminuição de trabalhadores, “mas nenhuma com tal destruição”, como o que consideram estar a acontecer na TAP.
“A TAP, por ordens da União Europeia assumidas pelo Governo como coisa boa e inevitável, está a impor à nossa companhia aérea um autêntico assassinato que a irá colocar à mercê de um qualquer grupo europeu do transporte aéreo e isso será o fim da TAP tal como a conhecemos”, defenderam os representantes dos trabalhadores.
O sindicato lembrou ainda que “isolar trabalhadores em casa para melhor os vergar e levá-los a abdicar dos seus direitos, é crime e será fortemente combatido pelo SITAVA, por todos os meios incluindo nos tribunais”.
A TAP anunciou, em 9 de abril, que ia iniciar uma nova e última vaga de adesão a rescisões por mútuo acordo, reformas e pré-reformas, depois de ter registado cerca de 690 adesões ao programa voluntário de medidas laborais.