O Sitava – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos realizou nesta sexta-feira, dia 11 de fevereiro, o primeiro plenário com trabalhadores da ANA Aeroportos, que detém a concessão de 10 aeroportos nacionais no Continente e nas Regiões Autónomas, para os mobilizar contra a “perda de direitos” que diz estar a acontecer gradualmente.
Em declarações à agência de notícias ‘Lusa’, o dirigente do Sitava, Armando Costa, garantiu que “há um ataque aos trabalhadores por parte da ANA/Vinci, primeiro com a denúncia do AE [Acordo de Empresa]”, acrescentando que “a proposta que fizeram na denúncia é de retirar a maior parte dos direitos dos trabalhadores”.
O responsável apontou questões como as carreiras, avaliações e o aumento do tempo de trabalho entre os pontos contestados pelo sindicato.
“Depois fizeram outro ataque ao fundo de pensões dos trabalhadores da ANA” que contava, referiu, com uma comparticipação dada pelos trabalhadores “e a ANA contribuía com outra percentagem que ajudava a compor aquilo que seria o futuro dos trabalhadores no dia em que forem para a reforma”, sendo que a empresa “unilateralmente, veio desculpar-se com a covid-19 e com prejuízos e retirou esta contribuição até 2024”.
“Nós sugerimos na altura que aceitaríamos um congelamento desses valores e que estávamos disponíveis para que assim que houvesse esse descongelamento a ANA pudesse repor esses valores, até faseadamente”, salientou, garantindo que a empresa recusou.
Por fim, Armando Costa deu conta de que quando começou a pandemia estavam em curso negociações salariais na ANA, que ainda não foram concluídas.
“Estamos a mobilizar os trabalhadores para a luta”, destacou.
ANA diz-se empenhada nas negociações, mas lembra os efeitos da maior crise na história da aviação
Em declarações enviadas à ‘Lusa’, a ANA indicou que “à semelhança de todas as empresas do setor do transporte aéreo” tem estado “a sofrer as consequências da maior crise na história da aviação” e que está “totalmente empenhada nas negociações sobre o novo Acordo de Empresa, desejando que estas cheguem a bom termo”.
“Durante os últimos dois anos desta crise, a empresa assegurou a continuidade das suas missões de serviço público com responsabilidade e proteção dos postos de trabalho, mantendo uma trajetória de tesouraria viável, fruto dos esforços realizados”, referiu.
A empresa disse ainda que se “orgulha da solidariedade e do sentido de responsabilidade dos trabalhadores, que permitiu evitar situações vividas – infelizmente – em outras empresas do setor”, mas alertou que o setor “continua a recuperar da crise, com maiores exigências, nomeadamente em matéria ambiental, e com necessidade de investimentos futuros”.
“Torna-se assim necessário poder modernizar os termos da contratação coletiva, adaptá-los aos desafios futuros, num diálogo objetivo com os parceiros sociais, motivado exclusivamente pelo benefício comum dos trabalhadores e da empresa”, justificou a ANA.
O Sitava vai estar, durante este mês e o início de março, nos aeroportos de Faro, Porto, Porto Santo, Madeira, Ponta Delgada, Santa Maria e Horta, em vários plenários.