SNPVAC contra bónus contratualizado com a CEO da TAP

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O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) considera que o bónus a que a presidente executiva  da TAP, Christine Ourmières-Widener, terá direito caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação da companhia aérea, permitiria “aliviar um pouco mais os cortes” aos trabalhadores.

Numa nota aos associados, conhecida nesta segunda-feira, dia 30 de janeiro, o sindicato dos tripulantes de cabina da TAP destaca que os dois milhões de euros, noticiados no domingo passado pelo jornal português ‘Correio da Manhã’, “permitiriam acabar com a existência de tripulantes com ‘meio per diem’, e consequentemente atenuar a rigidez financeira imposta aos trabalhadores do grupo TAP, assim como aliviar um pouco mais os cortes” a que são sujeitos.

“É de lamentar ficarmos a saber pela comunicação social que a CEO [presidente executiva] da TAP terá um prémio de dois milhões de euros se cumprir com os objetivos do plano de reestruturação, apesar dos trabalhadores da TAP e dos contribuintes portugueses continuarem a desconhecer o conteúdo desse plano”, salienta o sindicato.

O SNPVAC recorda ainda a administração “da sua comunicação interna de dia 19 de janeiro”, destacando que aguarda os 48 milhões de euros “prometidos aos trabalhadores do grupo TAP, que estariam suspensos, caso tivesse ocorrido a greve”, prevista para entre 25 de janeiro e 31 de janeiro, que cancelaram.

“Como tal não ocorreu, aguardamos que a empresa venha a proceder ao prometido ‘alívio dos cortes salariais efetuados’, mediante o crescimento económico e operacional da TAP”, refere a nota da estrutura sindical, acrescentando que “não basta enaltecer os lucros históricos, é preciso saber recompensar os principais responsáveis por essa recuperação: os trabalhadores do grupo TAP”.

O sindicato questiona ainda, sobre a bónus, o porquê da CEO “não ter referido esse valor aquando da sua ida à Assembleia da República”, garantindo que se comprova “uma vez mais que não são os Acordos de Empresa os responsáveis pela situação financeira da TAP e que a ânsia da sua renovação não advém por serem antigos, mas por afastar, e muito, possíveis interessados e condicionar prováveis bónus da administração”.

“Exigimos uma gestão séria e transparente e reafirmamos que não somos contra prémios de gestão, mas sim contra uma gestão que apenas tem como objetivo atingir um prémio à custa dos cortes dos nossos salários, das nossas vidas e nossos direitos”, conclui a nota sindical.

A agência de notícias ‘Lusa’ questionou a TAP sobre o bónus, que remeteu para as declarações da CEO no parlamento, afirmando que não tem “nada a acrescentar ao que ela disse na ocasião”.

O Ministério da Infraestruturas, também contactado pela ‘Lusa’, não respondeu, refere o despacho da agência noticiosa publicada na imprensa nacional portuguesa.

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