A companhia aérea angolana Sonair, na sua componente de asa fixa, vai deixar de voar no final do corrente mês de novembro. A empresa tem uma frota de dois Boeing 737-700 que, em princípio, irão ser adicionados à frota da TAAG Linhas Aéreas de Angola e mais 13 aviões bimotores turboélices Beechcraft 1900D, cujo destino, para já, se desconhece.
A Sonair é uma das empresas do universo SONANGOL – Sociedade Nacional de Petróleos de Angola, que estava desde há vários anos no mercado, com a TAAG e outras companhias mais pequenas, nas ligações aéreas domésticas, nomeadamente para as províncias de Benguela, Cabinda e Huíla à partida de Luanda.
A decisão de encerrar a companhia no ramo comercial é uma consequência do programa de reestruturação da SONANGOL, que integra o calendário de privatizações decidido pelo governo do Presidente João Lourenço, com data de conclusão prevista para 2021.
Segundo sabemos os funcionários da Sonair já receberam no mês passado as notificações de que a companhia termina a sua atividade comercial, e prevê-se que alguns dos quadros técnicos possam ser absorvidos pela TAAG. Os outros dificilmente, já que a companhia de bandeira nacional debate-se com um número excessivo de empregados, estando em curso um plano de requalificação e redesenho da estrutura laboral da empresa que levará à dispensa de algumas centenas de trabalhadores na TAAG. Aliás, isso já foi admitido, recentemente, pelos próprios responsáveis da empresa.
Se é verdade que os Boeing 737-700 estão praticamente comprometidos para a TAAG, pouco se sabe sobre o destino dos 13 aparelhos Beech 1900D da empresa, que serviam a rede da companhia em voos regulares e de aluguer.
Por outro lado, a Sonair, no seu segmento de helicópteros, tem uma frota expressiva que continuará a ser explorada pela empresa garantindo toda a logística de transporte de técnicos e de trabalhadores para as plataformas de exploração de petróleo no País e entre as cidades onde tem montadas estruturas de apoio à produção petrolífera.
A Sonair distribuiu um comunicado em que afirma que, de “acordo com o Programa de Restruturação em curso na Sonangol, e consequentemente na Sonair, a empresa comunica que a atividade de aluguer de aeronaves e de voos domésticos para Catumbela, Lubango, Cabinda e Soyo será encerrado a partir do dia 30 de Novembro”.
“Iremos proceder a regularização da facturação entre ambas empresas para que sejam liquidadas todas as facturas referentes aos bilhetes vendidos até à data de encerramento dos serviços”, diz a notificação nº 3363 do Gabinete do Presidente do Conselho Executivo da Sonair.
Fonte da empresa confirmou ao jornal económico angolano ‘Mercado’ a autenticidade do documento mas, sem mais pormenores, diz que os motivos da decisão estão expressos no documento, isto é, o processo de restruturação em curso na empresa-mãe e que afecta, direta ou indiretamente, todas as suas participadas.
Os dois aviões Boeing 737-700 atualmente ao serviço da Sonair chegaram novos para empresa em julho de 2007 (matrícula D2-EVW) e em dezembro de 2008 (D2-EWS). Os aviões Beechcraft 1900D entraram entre 2002 e 2009.
- Fotos © Tony Mangueira Fernandes