A TAAG – Linhas Aéreas de Angola) e a Iberia – Linhas Aéreas de Espanha assinaram nesta quinta-feira, dia 5 de maio, na capital espanhola, um acordo de codeshare e interline, que tem em vista o reforço das ligações entre a África e a Europa, tendo como eixo principal a rota Luanda-Madrid-Luanda.
A assinatura deste acordo acontece algumas semanas antes da abertura de um voo regular da TAAG entre Luanda e Madrid Barajas, marcada para o dia 27 de junho. Permitirá ligações múltiplas a outros países, quer na Europa, quer na África, com um único bilhete, utilizando os hubs das duas capitais.
O acordo de codeshare e interline permite que os passageiros da TAAG oriundos de Luanda e com chegada a Madrid acedam, com bilhete único, a toda a rede da Iberia, nomeadamente na Europa, Américas (Norte e Sul), para 143 destinos de 43 países, explica um comunicado distribuído pela companhia espanhola.
De igual modo, os passageiros da Iberia que iniciem viagem em Madrid, ao chegarem a Luanda terão acesso à rede de destinos nacionais e internacionais da TAAG, companhia de bandeira de Angola.
Luanda torna-se assim num hub privilegiado para passageiros oriundos da Europa, embarcados na capital espanhola nos voos da TAAG para Joanesburgo e Cidade do Cabo (República da África do Sul), Windhoek (Namíbia), Maputo (Moçambique), Kinshasa (República Democrática do Congo), Lagos (Nigéria) e São Tomé e Príncipe.
Os passageiros da TAAG e da Iberia vão beneficiar mutuamente da rede de destinos internacionais, sendo que, na perspetiva de Espanha, a (re)entrada no mercado africano é estratégica, uma vez que a companhia espanhola voa para 134 destinos de 43 países.
A TAAG terá duas frequências semanais entre Luanda e Madrid a partir de 27 de junho próximo, operadas por aviões Boeing 777-300ER com capacidade para transportar 293 passageiros: 12 na classe ‘Business Plus’, 56 em ‘Standard Business’ e 225 na classe Económica.
O acordo foi assinado nesta quinta-feira, em Madrid, pelos presidentes executivos da TAAG e da Iberia, Eduardo Fairen Soria e Javier Sánchez-Prieto, respetivamente. Estiveram presentes no ato o ministro angolano dos Transportes, Ricardo Abreu, e o Embaixador de Angola no Reino de Espanha, José Luís de Matos, entre outros responsáveis do sector aeronáutico dos dois Estados.
A Iberia manteve voos regulares entre Madrid e Luanda entre setembro de 2011 e junho de 2016, com três ligações semanais. Acabou por abandonar Angola, por falta de passageiros, numa ocasião de profunda crise económica no País, durante a qual outras companhias estrangeiras se retiraram também, devido especialmente ao facto de não haver divisas disponíveis em Angola que permitissem às companhias aéreas transferir as suas receitas de vendas de viagens para os países de origem. Nesse tempo até a TAP optou por vender os seus bilhetes em moeda forte (dólares ou euros) dada a baixa cotação do Kwanza.
Angola recuperou paulatinamente, e agora, ultrapassando ainda mais de dois anos de pandemia, algumas companhias estrangeiras têm regressado a Luanda e as redes aeroportuária e de voos domésticos têm sido retomadas. Tem sido fundamental a entrada dos novos aviões DHC Dash 8-400, que permitiram com menores custos o redesenho da rede de voos internos da TAAG.