A TAAG – Linhas Aéreas de Angola quer aumentar o número de voos semanais domésticos e internacionais, prevendo chegar ao final do ano praticamente com o dobro das ligações atualmente existentes, revelou a administração da empresa durante uma conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira, dia 7 de fevereiro, em Luanda.
Ao fim de 100 dias à frente da companhia de bandeira angolana, o Conselho de Administração e a Comissão Executiva da empresa fizeram um balanço, em jeito de prestação de contas ao povo angolano, sobre a atividade da TAAG ao longo do período, muito marcado pela pandemia de covid-19 e da nova variante Ómicron.
No entanto, há alguns progressos importantes que denotam a intenção de sanar os enormes problemas estruturais que os novos gestores encontraram na TAAG, e que, implicitamente, reconheceram neste encontro com os jornalistas nacionais e estrangeiros.
Para já foi anunciada a duplicação das frequências de voos semanais em território nacional de 20 para 44 ligações, presentemente servidas por uma frota de cinco aviões novos DHC Q8-400 (o sexto chegará em junho), e a nível internacional de 13 para 29 voos internacionais, incluindo novas rotas, indicou a presidente do conselho de administração, Ana Francisco Major.
“Estamos a aumentar os voos trimestralmente e prevemos chegar a 73 voos domésticos e a 51 voos internacionais semanais até ao final do corrente ano”, referiu, sublinhando que o objetivo é também explorar o setor ‘Cargo’ (transporte de mercadorias), no qual os novos responsáveis pela TAAG detetaram uma procura ainda não satisfeita por outros operadores.
“Trata-se de uma oportunidade para Angola que pode ter a sua capacidade própria para cobrir essa procura e compartilhá-la dentro da região”, adiantou a responsável, explicando que a TAAG está a explorar essa oportunidade com voos e a aumentar a visibilidade nesse mercado.
“Estamos avançados no diálogo regional destacando-se aqui Cabo Verde e a Zâmbia, sem descurar outras abordagens em estudo”, acrescentou Maria Francisco Major.
O espanhol Eduardo Fairen Soria, novo presidente executivo da TAAG, recrutado no mercado internacional, explicou que o mercado a nível regional “não está a responder à mesma velocidade”, que o mercado doméstico.
Destinos como Kinshasa (República Democrática do Congo) e São Tomé e Príncipe estão a responder de forma mais lenta, enquanto outros destinos da África Austral estão a reagir bem, como Maputo (Moçambique) e Joanesburgo (África do Sul), apontou, esperando melhorias à medida que forem sendo eliminadas as barreiras da variante Ómicron da covid-19 e se regresse à normalidade.
O gestor adiantou também que está em estudo uma rota intercontinental nova, que preferiu não desvendar para já. Presentemente a TAAG voa para a Europa – Lisboa (Portugal) com voo diário – e para as Américas – São Paulo (Brasil) e Havana (Cuba), cujos voos deverão ser acertados agora com a reposição da maior procura.
Desde há alguns meses que os angolanos apontam os Estados Unidos da América como uma forte possibilidade de expansão da companhia de bandeira. A TAAG daria continuidade às ligações para Houston (Texas), rota antes feita pela Sonair em parceria com uma companhia norte-americana, e que encontra mercado sobretudo na área da prospeção de petróleo e gás, onde estão inseridas empresas dos EUA. Outra potencialidade é um acordo com a TACV Cabo Verde Airlines – as conversações estão em curso – que possibilitasse voos para cidades da costa leste dos EUA (Boston e Nova Iorque, por exemplo), onde existe grande concentração de cabo-verdianos. Voos que seriam feitos à partida de Luanda, com escala na ilha do Sal, embora a TAAG tenha uma excelente frota de Boeing 777 capaz de fazer essas ligações sem necessidade de escalas. Serviriam dois tipos de clientela, angolana e cabo-verdiana, que, presentemente não contam com voos ponto a ponto.
- Foto de abertura © Tony Mangueira Fernandes