A TAAG Linhas Aérea de Angola somou um total de 103.988 passageiros no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, em Lisboa, no primeiro semestre deste ano, o que equivale a 60,6% do total de passageiros de voos regulares entre as capitais portuguesa e angolana.
A notícia foi divulgada pela agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’, que escreve que apesar desse crescimento da companhia angolana, que teve um aumento de 10.359 passageiros, o total de passageiros que voaram em voos regulares entre Lisboa e Luanda no primeiro semestre baixou 10,4% ou 19.937, para 171.480.
Tendo em conta que além da TAAG só a TAP opera voos regulares entre Lisboa e Luanda, capital de Angola, essa queda só pode ser atribuída à companhia portuguesa que, assim, regista no primeiro semestre um decréscimo de passageiros na rota de Luanda de 31% ou 30.296.
No ano de 2015, a TAP ainda foi a companhia líder em passageiros transportados entre Lisboa e Luanda, com 206.452, face a 200.954 da TAAG.
Mas já no mês de Dezembro de 2015 a TAAG liderou e, desde então, segundo os dados de tráfego do Aeroporto e Lisboa a que o PressTUR teve acesso, tem aumentado sucessivamente a sua quota do total de passageiros que voam entre Lisboa e Luanda, tendo passado de 51,2% em Janeiro para 64% em Abril e 69,3% em Junho.
Esta evolução é ampliada pelo facto de segundo os dados do Aeroporto a TAAG manter crescimentos desde Março, tendo atingido um aumento em 37,2% no mês de Junho, enquanto o tráfego total na linha tem quedas sucessivas, tendo registado um decréscimo em 5,7% no mês de Junho.
Esses dados indicam, que, apesar de a TAAG ter registado um acréscimo de 5.656 passageiros nos seus voos de/para Luanda, atingindo um total de 20.878, o tráfego total foi menor que há um ano em 1.808 passageiros, baixando para 30.126.
Essa queda só poderá ter ocorrido na outra companhia que opera também a rota Lisboa-Luanda, a TAP, que terá registado uma queda de passageiros nesses voos em quase 45% ou cerca de 7,5 mil clientes , para aproximadamente 9,2 mil.
A queda do tráfego total entre Portugal e Angola é, porém, mais forte do que a que se verifica no Aeroporto de Lisboa, pois a TAAG também voa entree Luanda, uma rota em que nos primeiros cinco meses teve um decréscimo de passageiros em 13,6% ou 3,7 mil, para 23.424, com a quebra em Maio a atingir 21,3% ou 1,1 mil, para 4.260.
Estas quebras refletem o impacto da crise económica em Angola que provocou uma redução acentuada do movimento de passageiros entre os dois países (menos 3,6% de passageiros em 2015, para 408.047, e menos 10,3% no 1º semestre deste ano, para 171.879), especialmente no sentido Lisboa-Luanda, uma vez que várias empresas portuguesas reduziram a sua atividade em Angola.
Acresce que a TAP, para travar um aumento mais forte das receitas retidas em Angola deixou de permitir emissões em Luanda de bilhetes que não sejam também à partida da capital angolana.
A emissão em Angola de bilhetes de voos à partida de outros países, especialmente Portugal, era uma forma que as empresas tinham de usar verbas que não conseguem repatriar, pelo que fontes do mercado admitem que ao travar esse mecanismo a TAP contém o aumento das verbas retidas em Angola, mas deixa a TAAG com uma “poderosa arma comercial”.
- Notícia publicada pelo ‘PressTUR’, agência de notícias de turismo e viagens, parceiro editorial do ‘Newsavia’ em Portugal