TACV vai despedir 260 trabalhadores, confirma presidente da companhia

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A companhia TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde vai reduzir cerca de 50 por cento dos seus trabalhadores (cerca de 260 profissionais) e tem uma estimativa de 14 milhões de  dólares para os processos de indemnização, sendo certo que a Binter CV vai admitir 30 profissionais da TACV.

Esta informação foi revelada pelo presidente do conselho de administração da TACV, José Luís Sá Nogueira, durante a sessão de audições da Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, da Assembleia Nacional, na Cidade da Praia, relata a agência cabo-verdiana de notícias ‘Inforpress’.

O responsável considerou que a saída da empresa dos voos domésticos permite ao Estado evitar um prejuízo de 500 a 600 mil contos anuais, com a agravante da “eminência da paralisação dos dois ATR” por causa da dívida acumulada junto das empresas de leasing proprietárias dos aviões

Sá Nogueira avançou que Binter CV vai adquirir um terceiro avião, pelo que vai precisar de pilotos, agentes de escala, agentes de loja e mecânicos, de entre outros técnicos, para constituir a tripulação e reforçar o pessoal, mediante uma avaliação dos potenciais candidatos para serem absorvidas pela nova operadora.

Afirma que a sua administração participou em todo o processo que o Governo vem fazendo nesta  reestruturação dos TACV, sublinhou que o acordo com a Binter CV já foi assinado e que se trata de um recurso para  prevalecer como uma “via correta”, estando a companhia obrigada a garantir a cobertura de todo o país, aonde houver aeroportos, quer sejam ou não linhas rentáveis.

O administrador da companhia de bandeira de Cabo Verde aprova a saída dos TACV do mercado doméstico, por considerar que a transportadora aérea cabo-verdiana tem custos operacionais elevadíssimos e que apesar de uma ocupação de 75 por cento é insustentável. Alega também que foi deixado “um grande fosso” em prejuízos, acrescidos com dificuldades de poder investir, porquanto não tinha capacidade financeira para sequer cobrir os seus gastos de operação, quando a TACV, especifica, tinha, há muito, identificado 150 trabalhadores em excesso.

“Não fazia sentido de continuar a manter os prejuízos de 500 ou 600 mil contos por ano e vir fazer investimento para garantir aviões e continuar uma operação com uma nova estrutura”, explicou o administrador da TACV, acrescentando que “não há mercados que aguentem dois operadores aéreos” quando “só a TACV transporta por ano cerca de 350 mil passageiros com dois aviões”.

Sá Nogueira credita que até final do mês em curso o Governo da República de Cabo Verde deverá anunciar o parceiro estratégico internacional e que a sua equipa está a trabalhar com uma empresa especializada na reestruturação da dívida, já que a companhia possa negociar o seu passivo atual avaliado em 93 milhões de euros (cerca de 9,3 milhões de contos).

 

  • Texto divulgado pela Inforpress – Agência Cabo-Verdiana de Notícias

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