A TAP anunciou na noite de hoje, terça-feira, dia 14 de Outubro, que adiou por, pelo menos 45 dias, a retoma dos voos regulares de Portugal para a Guiné-Bissau, “por não estarem ainda reunidas todas as condições operacionais necessárias”.
Segundo comunicados e declarações recentes, quer da TAP, quer do novo Governo da República daquele país africano de língua portuguesa, os voos seriam retomados no próximo dia 28 do corrente mês de Outubro, com três ligações semanais com partida de Lisboa às terças, quintas e sábados. Seriam feitos com equipamento Airbus da família A320.
Desconhece-se que atrasos terão levado a TAP a suspender a retoma dos voos, mas a avaliar pelo comunicado da companhia portuguesa serão pertinentes as razões que forçaram esta tomada de posição. Uma das razões que poderá ter contribuído, comentava-se em Lisboa no dia de ontem, é alguma falta de confiança das autoridades sanitárias portuguesas e europeias, no rastreio de eventuais passageiros com sintomas de estarem infectados com o vírus da Ébola. Outra razão aventada por círculos mais chegados à companhia é a da falta de aviões e pilotos, problema que afecta o funcionamento da companhia desde há alguns meses. A solução poderá estar na contratação de uma outra companhia para fazer os voos de Bissau, como aconteceu outrora com os voos de São Tomé.
A decisão é também surpreendente face a recentes declarações das entidades de Bissau, que garantiam que tudo estava preparado para que os voos da companhia portuguesa, únicos directos para a Europa, fossem retomados em segurança.
Ministro promete ‘mão dura’ contra quem tentar situações ilícitas no Aeroporto
Ainda ontem, segunda-feira, dia 13 de Outubro, um despacho da agência noticiosa da Guiné-Bissau ANG, dizia que ministro da Administração Interna tinha avisado que “doravante tentativas de embarque com passaportes e/ou vistos falsos e casos de trafico de droga serão severamente combatidos” no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.
Botche Candé fizera essas declarações na sexta-feira passada durante uma visita que efectuou ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira e ao Posto de Controlo de Safim, onde qualificou de “acto vergonhoso” para os guineenses quando “passageiros com indícios criminais” conseguem passar no terminal aéreo nacional de Bissau para depois vierem a ser descobertos noutros países.
O ministro referia-se assim ao caso de embarque forçado de 74 sírios com documentos falsos em Dezembro do ano findo e que teve como consequência a suspensão dos voos de ligação de Lisboa para Bissau da TAP, com a cobertura do Estado Português.
“Quem for apanhado a pedir dinheiro a um passageiro que chegue ao país ou a revistar de forma desnecessária as malas dos viajantes será castigado de acordo com a lei”, determinou Botche Candé, que ofereceu “total segurança” a TAP para retomar os voos regulares para Bissau.
“Se depende-se de nós, podia ser já a partir de hoje”, manifestou o governante quando questionado se efectivamente no dia 28 do mês em curso os voos da TAP seriam retomados tal como ficou patente num acordo rubricado entre os governos dos dois países e que espelha algumas medidas de segurança que deviam ser adoptadas pela parte guineense.
Botche Candé adiantou que a partir de segunda-feira, 13, uma comissão conjunta de técnicos do MAI e da secretária dos Transportes e Comunicações irá pôr em marcha mais medidas de segurança no Aeroporto, o único no país que recebe voos internacionais, que acaba de sofrer algumas melhorias, nomeadamente ao nível de segurança e controlo de entrada e saída de pessoas.
Passageiros com reservas deverão contactar a TAP ou as agências de viagens
Assim, a companhia aérea portuguesa solicita aos passageiros com voos reservados para esse período que entrem em contacto com a companhia, através do seu ‘Contact Center’, pelo telefone 707 205 700 ou +351 218431100 (quando telefonar de fora de Portugal) ou com os seus Agentes de Viagens, com vista a encontrar a solução mais adequada.
Durante estes período de quase um ano de interrupção dos voos entre os dois países, a TAP não encerrou a sua delegação em Bissau, cujo sector comercial e de vendas continuou a trabalhar, enviando os passageiros, com escalas nos Aeroportos de Dakar, no Senegal, para onde a companhia voa diariamente de Lisboa, ou de aeroportos marroquinos, onde os passageiros encontram também ligações frequentes e rápidas para a capital portuguesa.
Alguns funcionários da delegação da TAP de Bissau estiveram em Lisboa nos últimos meses, mas para frequentarem cursos de formação, aproveitando este tempo de menor movimento.
O comunicado distribuído esta noite pela TAP em Lisboa termina afirmando que “novas informações serão comunicadas oportunamente”. Resta aguardar.