A TAP assegura que até à data atual gastou menos que em 2018 e 2019 em alugueres de aviões com todos os serviços incluídos, contrariando as recentes acusações do sindicato dos pilotos.
“Desde o início do ano e até à data atual, a TAP está a gastar em ACMI [aluguer de aviões com tudo incluído: avião, tripulação, manutenção e seguros] apenas 45% do que gastou em 2018 e 70% do que gastou em 2019, no mesmo período”, disse fonte da TAP à agência de notícias portuguesa ‘Lusa’, que neste sábado, dia 13 de agosto, veiculou a notícia.
Na quarta-feira (10 de agosto), o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a gestão da TAP de “desperdiçar” as receitas do verão com “milhões de erros” ao longo do ano, como a contratação externa de serviços.
Entre os aspetos apontados pelo SPAC, está a contratação externa de serviços a várias companhias aéreas, “algumas com sede em paraísos fiscais”, que, segundo o sindicato, “quase triplicou” em 2022, depois de ter dispensado aviões e pilotos.
Falta de capacidade nos hangares da TAP em Lisboa justifica inspeção de aeronaves no exterior
Numa mensagem enviada neste fim-de-semana aos trabalhadores da manutenção, a que a ‘Lusa’ teve acesso, o diretor-geral de Manutenção & Engenharia [ME] da TAP, Mário Lobato Faria, justificou a contratação de inspeção de aeronaves ao exterior da empresa com “falta de capacidade”, tal como sucedeu em 2016 e 2017.
“Essa ausência de capacidade prende-se sobretudo com os constrangimentos impostos pelo aeroporto, com a internalização das inspeções dos A330, antes feitas na ME Brasil [divisão entretanto encerrada] e com limitações acrescidas na gestão dos slots dos nossos hangares”, pode ler-se na mensagem,
As limitações devem-se aos novos Airbus A330-900neo, refere, com os slots no hangar a passarem de três para dois “no que respeita aos A330”, deixando também de ser possível a “facilidade de ‘arrumar’ A320 passando por baixo das asas dos A330”, devido às sharklets [componente aerodinâmico na ponta das asas]”.
O responsável frisou ainda a redução de pessoal e as medidas dos acordos de emergência, “que introduziram regimes de part time [tempo parcial] para os associados do SITEMA [Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves] e que foi possível terminar desde 1 de agosto, o que representou um aumento equivalente de capacidade de cerca de 67 técnicos.
Na nota enviada à ‘Lusa’, a TAP considerou que “a estratégia de comunicação do SPAC tem-se centrado no ataque constante à gestão” da empresa, defendendo que “a realidade não se constrói através de ataques constantes e narrativas destrutivas injustificadas”.
“A qualidade e sucesso da gestão de qualquer empresa é medida pelos indicadores e resultados obtidos por essa gestão”, referindo a TAP que apresentará resultados no dia 23 de agosto, sendo eles, “e todos os indicadores que eles vão evidenciar, que falam sobre a qualidade e credibilidade da gestão da TAP”.