A TAP, companhia aviação portuguesa que transporta cerca de metade dos passageiros que voam de e para o Aeroporto de Lisboa, cancelou 36 voos de e para a capital portuguesa desde as 07h00 de segunda-feira, dia 26 de março, noticiou a ‘Lusa’, que acrescenta que a transportadora apenas disse lamentar a situação sem apresentar explicações.
A agência ‘Lusa’ questionou a transportadora, que ainda não respondeu, sobre os motivos para dezenas de cancelamentos, uma situação que segundo uma notícia da RTP (estação de televisão pública) pode ser consequência de um ‘braço de ferro’ com os pilotos.
“A RTP sabe que os pilotos da TAP estão a seguir à risca o que diz o Acordo da Empresa em relação às horas de descanso”, numa posição que seria mantida até segunda-feira, noticiou a televisão estatal.
Uma notícia da ‘Lusa’ difundida nesta terça-feira, dia 27 de março, diz que fonte oficial do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) contactada sobre essa informação da RTP se recusou a fazer qualquer comentário.
Sobre os cancelamentos observados na página da internet da empresa gestora dos aeroportos portugueses, a ‘Lusa’ diz ter recebido uma resposta da companhia em que esta diz que “lamenta os cancelamentos” e que “está a atuar para minimizar os impactos junto dos seus passageiros”.
Na contabilização feita nesta terça-feira à tarde pela agência de notícias de turismo e viagens, as ligações canceladas incluem destinos como Abidjan (na Costa do Marfim), Lomé (Togo) e Rio de Janeiro (Brasil), além das regiões autónomas portuguesas e várias cidades europeias.
Na página da transportadora na rede social Facebook foram escritas várias críticas aos cancelamentos, cuja justificação dada, segundos esses textos, é falta de tripulação, e aos inúmeros atrasos.
Há ainda testemunhos de filas longas para tentar resolver a situação.
No passado dia 15, os pilotos da reuniram-se em assembleia de empresa convocada pelo SPAC e decidiram mandatar a direção sindical para prosseguir as negociações com a companhia.
“Essas negociações têm a ver com matérias relacionadas com o regulamento de contratação externa e a atualização salarial”, segundo um comunicado do SPAC divulgado após a reunião.
A assembleia dos pilotos da TAP teve como ordem de trabalhos a análise da “situação de incumprimento” pela TAP do Acordo de Empresa relativo ao regulamento de contratação externa (RERCE) e a atualização salarial, bem como medidas “para a resolução da situação de depreciação salarial dos pilotos”.
Os pilotos tinham ainda na agenda a “adopção das medidas necessárias, incluindo o recurso a ação industrial”.
- Texto publicado nesta terça-feira, dia 27 de março, pela agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR‘, parceira editorial do ‘Newsavia’ em Portugal.