A TAP já se pronunciou sobre a manutenção do pré-aviso de greve votada pelos tripulantes de cabina nesta quinta-feira, dia 19 de janeiro, que deverá paralisar a companhia aérea entre os dias 25 e 31 de janeiro (LINK notícia relacionada).
A Comissão Executiva da companhia aérea de bandeira portuguesa “lamenta profundamente a decisão tomada na Assembleia Geral do SNPVAC que mantém o pré-aviso de sete dias de greve entre e as graves consequências que a mesma terá”, refere um comunicado distribuído em Lisboa.
Sobre os prejuízos que mais esta greve provocará à TAP, a nota de imprensa refere:
“Com esta nova paralisação serão cancelados 1.316 voos e afetados 156 mil passageiros, o que representa um custo total direto estimado de 48 milhões de euros (29,3 milhões em receitas perdidas e 18,7 milhões em indemnizações aos passageiros). Prevêem-se também perdas de 20 milhões adicionais devido ao impacto potencial nas vendas para outros dias e à sub-optimização de outros voos, com passageiros reacomodados.”
Estavam em causa 14 pontos reivindicados pelo SNPVAC. Foram aceites 12, o que representa 85% das propostas em causa.
A TAP diz que a companhia, neste momento, “depende da confiança que os clientes depositam nos serviços que prestamos”.
“A concorrência nesta indústria global é muito forte e a Companhia disputa o mercado com outras companhias em todas as rotas que opera. Qualquer fator que comprometa esta confiança dos Clientes na TAP põe em causa o caminho de recuperação que temos vindo a percorrer e todo o esforço e sacrifício conjunto que os trabalhadores têm feito”, prossegue o comunicado que aponta a “estabilidade como fundamental para a empresa”.
A companhia reconhece que “houve, entretanto, um considerável avanço nas conversações entre a TAP e o SNPVAC, tendo a companhia aceitado grande parte das reivindicações apresentadas”. E aponta que “or exemplo, no que respeita a destacar um Tripulante de Cabina adicional nos aviões de médio curso Airbus A321LR, no sentido de melhorar o serviço e a carga laboral destes profissionais”.
A TAP constata que ficaram excluídas apenas duas medidas com maior peso e com o seguinte racional:
“Reconhecimento dos níveis de entrada e respetivos pagamentos (processo CAB0 – CAB1); não aceite, devido a este tema estar atualmente a ser tratado em tribunal, havendo alguns casos já decididos a favor da TAP.
“Adicionar um Chefe de Cabina nos aviões de longa distância (Airbus A330); não aceite, uma vez que a retirada deste tripulante foi devidamente aprovada pelo sindicato e seus associados, sendo incorporado no Acordo de Emergência, não tendo ao dia de hoje qualquer falha ou dúvida de interpretação adjacente. A cedência desta medida significaria vários milhões de euros, acrescidos ao esforço que já representam todos os pontos aceites, além de colocarem a TAP em desvantagem competitiva com os seus pares europeus que têm hoje menos um elemento também.”
Em paralelo, e como já foi referido pela presidente da Comissão Executiva da companhia, “estava a ser analisada uma recompensa a todos os trabalhadores da TAP, na sequência dos resultados obtidos, e que, brevemente, seria anunciada e que fica agora posta em causa”.
“A decisão de avançar com uma greve de 25 a 31 de janeiro deita por terra todo o trabalho de aproximação entre as partes, deixando milhares de clientes da TAP com os seus planos defraudados e afetando seriamente os resultados da companhia. Num ano especialmente relevante para a concretização do Plano de Restruturação e que conta com desafios acrescidos, como a escalada da inflação, do preço dos combustíveis e a incerteza da procura, a decisão tomada pela Assembleia Geral do SNPVAC é infelizmente um obstáculo no caminho que temos traçado”, destaca a companhia aérea.
A Comissão Executiva da TAP reafirma que manterá o foco na concretização do Plano de Reestruturação, pressuposto fundamental da obtenção de resultados e da salvaguarda do futuro da empresa.
Para tentar mitigar os efeitos desta greve nos seus passageiros, a TAP anuncia desde já que “está a construir um plano de contingência que permita minimizar os transtornos causados, designadamente, através do ajuste da operação, bem como através da flexibilização de alteração do agendamento das viagens e dos reembolsos de bilhetes”.
- Foto de abertura © João Palma Costa