TAP mantém confiança dos passageiros com crescimento de 10% em Julho

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A TAP Portugal transportou entre os dias 1 e 27 de Julho um total de 1.025.934 passageiros, com um aumento em 10% relativamente ao período homólogo de 2013, o que contraria a ideia de descalabro da operação e perda de clientes que transparecia em muito do que se disse e escreveu nos últimos dias.

Depois de ontem o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, em declarações à SIC Notícias ter avançado que a TAP teve um crescimento em 10% no primeiro semestre, fontes da companhia avançaram ao PressTUR que esse ritmo não abrandou em Julho, especificando que no dia 27, por exemplo, o aumento foi em 12%.

As mesmas fontes avançaram também que não só a TAP teve mais passageiros, como conseguiu manter a taxa de ocupação dos voos (medidas em RPK/ASK) acima dos 84%, em 84,1%, significando que em passageiros ponderados pelas distâncias voadas teve um crescimento em linha com o aumento de capacidade (em lugares x distâncias voadas).

A TAP, através do CEO, Fernando Pinto, já reconheceu que a companhia teve que fazer reprogramações de voos, em consequência da coincidência de um conjunto de situações, que vão desde problemas técnicos em aviões (em Belém e Brasília, por exemplo), a perturbações da navegação aérea (em França e na Bélgica), atrasos na recepção dos seis novos aviões, atraso na formação de novos pilotos e a greve de zelo dos pilotos.

Estas situações são geralmente resolvidas pelas companhias aéreas através de ACMIs (alugueres que incluem aviões, tripulações, seguros e manutenção), pelos quais outras companhias realizam os voos que programaram mas não podem efectuar, só que para isso é preciso que haja disponibilidade no mercado e com o Mundial de Futebol do Brasil esse foi precisamente o mercado mais aquecido, levando a escassez de alternativas.

Ontem, na entrevista à SIC Notícias, Sérgio Monteiro também não ‘passou a esponja’ sobre a situação, mas tratou-a como “dores de crescimento”, “um problema que deriva de uma situação positiva”, cujo “segredo” é que não deixe de ser uma situação pontual.

Sérgio Monteiro, aliás, exemplificou que “hoje [ontem] a TAP não teve problemas de grande monta e a British Airways, por exemplo, teve 4% dos voos cancelados”.

Poucas horas antes, já Fernando Pinto tinha afirmado que “todas as empresas passam por épocas difíceis” e o presidente da APPLA, Miguel Silveira, em entrevista ao “Correio da Manhã”, tinha afirmado que “no pico do Verão quando tudo corre bem devemos todos ficar estupefactos”, porque “é muito complicado articular todas as componentes do transporte aéreo”.

O CEO da TAP também se empenhou em explicar que o que foi tomado por cancelamentos, aliás pela própria comunicação da companhia, afinal foi um “erro de interpretação”, porque se tratava apenas uma indicação para as agências de viagens de que esses voos tinham sido reprogramados e os clientes deveriam ser alertados.

O que se passou, disseram ao PressTUR fontes da TAP, foi que perante as situações que estavam criadas, a companhia fez uma reprogramação dos voos, que ainda terá efeitos em Agosto, em que ainda serão realizados fretamentos mesmo depois de a companhia ter feito um ligeiro ajustamento em baixa do seu programa inicial.

Foi essa acção que Fernando Pinto revelou ontem ao afirmar à imprensa: “O que nós fizemos foi uma reestruturação em todo o nosso sistema de linhas e esses voos não foram voos cancelados. Foram voos que nem foram para o sistema”.

Mas mais do que os 40 a 50 cancelamentos da última semana, o que sobressaiu da parte de vários comentadores nos últimos dias foi uma imagem da TAP como uma companhia que sofre da ‘praga dos cancelamentos’, quando é, nesse aspecto, uma das companhias da AEA (Associação Europeia das Companhias Aéreas)  com melhor índice, com 3,1 cancelamentos/dia em 2013 e 2,0 nos primeiros cinco meses deste ano, face a uma média de 3,5 cancelamentos/dia do conjunto das companhias da associação.

As fontes do PressTUR admitiram que o índice ‘disparou’ na primeira quinzena de Julho, mas salientaram que na última semana, em que a polémica atingiu o auge, o índice já tinha recuado para 3,0.

“Os índices de voos cancelados estão muito abaixo até da nossa média normal”, dizia ontem Fernando Pinto, que anunciou o regresso da companhia “à plena normalidade”, embora já seja conhecido que no próximo dia 9 de Agosto sofrerá o impacto da greve convocada pelo Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC).

Situação diferente é a da pontualidade, em que a TAP está mal cotada a nível internacional, mas que é um problema que só é resolúvel envolvendo a companhia e os aeroportos, designadamente o ‘hub’ de Lisboa, bem como a gestão de tráfego aéreo.

Fontes da aviação comentaram que há a tendência, afirmada por exemplo pelo presidente do SPAC, de considerar que se trata do resultado do que chamou “inchar” a companhia com vista à privatização, quando, contrapõem as fontes do PressTUR, o que se passa é que, como em todos os negócios, as oportunidades são como nos rios: a água não passa duas vezes sob a mesma ponte. E na aviação tudo passa a alta velocidade.

 

  • Artigo da autoria da agência de notícias de viagens e turismo PressTUR, nossa parceira editorial em Portugal, publicado na terça-feira, dia 29 de Julho.

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