TAP M&E Brasil terá lucro em 2019 – 50 mecânicos transferidos para Lisboa

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A TAP Manutenção e Engenharia do Brasil vai atingir neste ano o equilíbrio financeiro, depois de diversos anos consecutivos a somar prejuízos que se refletiam nas contas consolidadas do Grupo TAP SGPS em Portugal. A TAP conseguiu resolver um dos seus maiores problemas de gestão dos últimos anos e espera obter em 2019, neste segmento de negócio, um lucro operacional que está orçamentado em cerca de três milhões de euros.

A revelação foi feita por Antonoaldo Neves, presidente executivo da TAP Air Portugal, na quinta-feira, dia 13 de dezembro, em Lisboa, durante um encontro com jornalistas.

O processo da TAP M&E Brasil (ex-VEM – Varig Manutenção e Engenharia) foi longo e muito penalizador nas contas do grupo aéreo português nos últimos anos de gestão de Fernando Pinto e da sua equipa. Em 2017, por exemplo, quando o Grupo TAP obteve um lucro de 21,2 milhões de euros – compensado pelo negócio da aviação –, face a um prejuízo de 27,7 milhões registado em 2016, a ex-VEM registou perdas de 50,1 milhões de euros (31,9 milhões de euros no ano anterior).

Antonoaldo Neves confirmou que as instalações da ex-VEM no Aeroporto de Porto Alegre já tinham sido encerradas e os hangares arrendados. Agora só funcionam as instalações do Rio de Janeiro, no Aeroporto do Galeão. No total as duas oficinas tinham há pouco tempo 1.880 trabalhadores. Ficaram 500, que são suficientes para a demanda existente, pois o negócio da aviação comercial mudou muito, com as companhias aéreas brasileiras a optarem por aviões maiores e menos aparelhos para serem intervencionados. A TAP teve de indemnizar centenas de trabalhadores e abriu a possibilidade de se candidatarem a iguais funções no Aeroporto de Lisboa, onde a companhia precisa de mecânicos de manutenção aérea. Já vieram 50, que estão integrados e a residir com as suas famílias na capital portuguesa. Antonoaldo Neves diz que há espaço para mais admissões, pois o crescimento da companhia exige mais pessoal técnico especializado.

A TAP irá dar primazia aos mecânicos com experiência, já que é muito difícil formar novos profissionais em poucos meses. O presidente da companhia aérea portuguesa, que é brasileiro e esteve antes como presidente executivo da AZUL Linhas Aéreas Brasileiras, diz ter aprendido com David Neeleman, fundador e presidente do Conselho de Administração da empresa, que um bom mecânico precisa de seis anos de trabalho para atuar na plenitude das suas capacidades. Por isso a TAP irá dar prioridade a quem tiver mais experiência, além daqueles que a companhia forma ‘ab inicio’.

Por outro lado, Antonoaldo Neves diz que a TAP M&E do Rio de Janeiro é hoje uma solução para a companhia portuguesa, pois estão a ser feitas algumas das grandes inspeções técnicas aos aparelhos de longo curso no Brasil, dada a dimensão da frota. No primeiro trimestre de 2019 irão para o Rio de Janeiro quatro Airbus A330 para as revisões periódicas. A TAP Manutenção e Engenharia Brasil é presentemente “um ativo importante”, garantiu Antonoaldo Neves.

Ainda sobre Manutenção e Engenharia o responsável da TAP considerou este segmento de negócio muito importante para a companhia. Por exemplo, a secção de Motores, no Aeroporto de Lisboa, recebe aviões de diversas companhias europeias – KLM, Lufthansa e Aigle Azur, entre outras – que são intervencionados em Portugal. Neste ano as receitas proporcionadas por este negócio, estando de fora as intervenções feitas e necessárias para aviões da TAP, deram ao grupo uma receita de 170 milhões de euros, que deverá aumentar no próximo ano, após a recente certificação da empresa em motores CFM International LEAP-A1, que equipam os novos Airbus A320neo.

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