A TAP contratou à Hi Fly Portugal o aluguer de um Airbus A310-300 (CS-TEX) em regime de ‘wet-lease’ para voar semanalmente a rota Lisboa-São Tomé durante o próximo mês de Maio, período que deverá ser alongado até final de Junho.
Segundo o portal suíço www.ch-aviation.com, muito fiável nas movimentações de aviões comerciais, a companhia de bandeira portuguesa não irá renovar o contrato de aluguer com a White Airways, também de bandeira portuguesa, que opera aquela rota em nome da TAP desde há muitos meses, também com um avião Airbus 310-300 (CS-TQV).
De curioso há o facto de ambos os aparelhos já terem pertencido à frota da TAP Portugal. Desconhece-se o facto que terá levado a companhia nacional de bandeira a optar pela troca de equipamento, mas fontes do sector admitem que possam estar relacionadas com compromissos comerciais futuros, dado que a TAP voltará a São Tomé com equipamento próprio em Julho deste ano.
A White Airways foi contratada no final de Outubro de 2007, coincidindo com a então nova época IATA 2007-2008, para voar a linha Lisboa-São Tomé, dado que a TAP não tinha equipamento disponível para prosseguir a operação que em São Tomé era e é penalizada pelas condições específicas do Aeroporto Internacional da ilha (na foto). A pista não tinha iluminação e o piso em alcatrão, além de necessitar de algumas beneficiações, não oferece segurança para aeronaves de maior porte, como é o caso dos A330 que a TAP integrou na sua frota depois do ‘phase-out’ dos A310-300. O avião crítico para a operação é precisamente o A310-300 ou o B757-200, que também chegou a ser utilizado, em ocasiões pontuais, pela Euro Atlantic Airways.
O Aeroporto Internacional de São Tomé foi construído ainda no tempo colonial. No passado, no final da década de sessenta, desempenhou um papel importantíssimo durante o conflito do ex-Biafra, uma província da Nigéria que se tornou independente ma que foi depois reintegrada. Durante o período da guerra civil nigeriana, o aeroporto da ex-colónia portuguesa, que se tornou independente em serviu de base a operações de apoio e de abastecimento de algumas forças envolvidas e, também, de acções humanitárias em prol dos refugiados e afectados pela guerra.
Depois da independência, que se verificou em Julho de 1975, só há poucos anos, em 2012, é que as autoridades locais, com comparticipação internacional, conseguiram mandar executar o projecto de uma nova aerogare, desenhada por uma empresa portuguesa de arquitectos e engenheiros, cujas obras não estão terminadas.
Comparticipação angolana garante melhor futuro
Contudo, o futuro parece ser agora muito mais risonho. Em Outubro de 2011 os aeroportos do arquipélago (São Tomé e Príncipe) foram concessionados por trinta anos à Sonangol, empresa estatal angolana que se dedica à exploração petrolífera e que gere outras infra-estruturas de grande dimensão em África.
Em Agosto de 2008 foi criada uma companhia aérea no território, iniciativa da portuguesa Euro Atlantic Airways, que a isso foi obrigada dado o facto de um dos seus maiores accionistas, o Grupo Pestana, ter interesses no sector turístico nacional de São Tomé e Príncipe, onde possui e explora três unidades hoteleiras e tem a concessão de um casino. Em Junho de 2012 a Sonair, companhia aérea angolana subsidiária da Sonangol, tomou 51% do capital da STP Airways, que continua a realizar um voo semanal entre São Tomé e Lisboa, com equipamento da Euro Atlantic.
As perspectivas são agora melhores, até porque se conhecem diversas intenções de investimento da parte de empresários angolanos nas ilhas, em cujas águas em breve estarão plataformas de exploração de petróleo em plena actividade.
TAP passa volta a operar com equipamento próprio
No início deste ano, a TAP anunciou que vai aumentar a sua oferta para a República Democrática de São Tomé e Príncipe e passar de um para três voos por semana com equipamento próprio (aviões Airbus A320) a partir de 1 de Julho. Os voos da TAP terão escala no Aeroporto de Accra, capital do Gana, para onde a companhia portuguesa já voa desde Lisboa.
Com esta alteração, a TAP passa a oferecer 400 lugares por semana para São Tomé, que constituem um significativo aumento relativamente aos 197 lugares actualmente oferecidos, em aeronaves mais adequadas ao tipo de operação permitida pela pista do aeroporto de S. Tomé.
O tráfego de passageiros para esta ilha do Equador é fundamentalmente assegurado por turistas, se bem que no futuro, com o início da exploração de petróleo no ‘off-shore’ de São Tomé, a ocupação dos aviões possa sofrer algumas alterações.