TAP suspende em Janeiro três das novas rotas iniciadas no Verão

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O website da TAP já não tem à venda os voos da companhia para Belgrado (República da Sérvia), São Petersburgo (Rússia) e Talin (Estónia) a partir da primeira/segunda semana de Janeiro, conforme verificado pelo PressTUR e confirmado por fonte oficial da companhia, que justificou com a época baixa.

“Foram rotas que correram bem no Verão, mas as perspectivas para os próximos meses não são famosas”, disse a fonte da TAP, que também realçou que a companhia sabia que se tratava de rotas de risco na época baixa.

Uma consulta ao website da TAP mostra a informação “Não foram encontrados resultados para a sua pesquisa” quando se procura voos Lisboa – Belgrado depois de 13 de Janeiro (embora apresente um voo de regresso a 14), São Petersburgo depois de 10 de Janeiro (embora apresente voo de regresso a 14) e Talin depois de 10 de Janeiro (embora apresente voo de regresso a 13).

A aviação tradicionalmente põe no mercado toda ‘a lenha’ que pode durante a época alta, o chamado Verão IATA, que vai de Abril a Outubro, e reduz voos e rotas no Inverno IATA, de Novembro a Março.

Essa redução prende-se com o facto de haver menos passageiros a viajarem e, por outro lado, é aproveitada pelas companhias aéreas para concretizarem trabalhos de manutenção mais demorados.

 

TAP estuda suspensão da rota Londres-Madeira

No caso da suspensão das rotas de Belgrado, São Petersburgo e Talin pela TAP, estando em equação a suspensão de uma quarta, entre Londres e o Funchal, há mais factores a pesarem, designadamente a decisão de passar a ter aviões de reserva, tanto de médio como de longo curso, para poder responder melhor a situações de irregularidade operacional.

Como avançava hoje o “Jornal de Negócios”, que se publica em Lisboa, a companhia já terá decidido suspender o aluguer de aviões para ter de reserva, como anunciado pelo CEO Fernando Pinto, optando antes por reduzir o número de destinos.

Fontes da aviação dizem ao ‘PressTUR’ que, além da aposta em reduzir “a densidade” da sua operação no sentido de minimizar os riscos de irregularidades, também há razões de mercado a ‘pesarem’ no sentido de a TAP ponderar ‘encolher’ o programa de voos.

Essas razões de mercado prendem-se com a evolução em baixa dos preços, que tem sido evidente nomeadamente nas contas dos maiores grupos aéreos europeus (Lufthansa, Air France KLM e IAG), bem como nas ‘low cost’, todos eles com quedas do ‘yield’ (preço médio por quilómetro voado).

A TAP não publica esses dados, mas alguma informação permite ver que não escapa a essa tendência.

 

Tarifa média da TAP caiu 11,1 por cento no Brasil

No Brasil, que representa um quarto das suas receitas, as agências corporativas associadas da ABRACORP venderam no terceiro trimestre 55,38 milhões de reais de bilhetes da TAP, em queda de 9,8%, apesar de até ter aumentado o número de bilhetes vendidos em 1,5%.

De acordo com estes dados, a tarifa média TAP em vendas pelas agências ABRACORP teve assim uma queda em 11,1%.

Embora a tarifa média não seja o mesmo que o yield, pois reflecte apenas uma simples divisão da receita pelo número de bilhetes sem ponderar pelas distâncias percorridas, o indicador calculado a partir dos dados da ABRACORP evidencia o impacto da queda de preços num dos mercados mais importantes para a TAP, especialmente porque mostra que foi generalizada.

Os dados da ABRACORP mostram que as suas associadas venderam no terceiro trimestre 320,8 mil bilhetes de voos internacionais, em queda de 5,5% face ao período homólogo de 2013, mas com uma queda da receita bruta mais forte, em 9,7%, para 917.76 milhões de reais, porque a tarifa média baixou 4,4%.

As fontes do ‘PressTUR’ realçaram com uma tendência de queda do ‘yield’ à entrada da época baixa, em que as taxas de ocupação são por regra mais baixas, as companhias arriscam não compensar via ocupação a descida do preço e ter quedas da receita unitária dificilmente recuperáveis via redução de custos.

É também face a este quadro que a TAP já tem em marcha a redução de rotas e equaciona reduzir frequência de voos em algumas linhas, tanto mais quanto está de novo em processo de privatização que sempre causa constrangimentos a nível de tesouraria, agravados este ano pelo impacto do colapso do Grupo Espírito Santo no crédito à economia portuguesa.

Daí, disseram as fontes do PressTUR, estar em curso a preparação de uma operação de venda e ‘leaseback’ de aviões A340, já noticiada pelos jornais portugueses, que é uma modalidade financeira frequentemente utilizada pelas companhias aéreas para reduzirem os custos de financiamento.

 

  • Texto publicado hoje, dia 26 de Novembro, pelo portal de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR’, parceiro editorial do Newsavia em Portugal

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