O inquérito aberto a Lino Rodrigues, ex-consultor do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) que foi apontado como o “cérebro” da greve da TAP do passado mês de maio, já resultou na suspensão do comandante, noticia o jornal ‘Público’, que se publica em Lisboa.
De acordo com o jornal, a decisão vigorará até que o inquérito esteja concluído, mesmo que as consequências da averiguação sejam difíceis de prever. No limite, em caso de processo disciplinar, o comandante da TAP pode mesmo vir a ser despedido com justa causa.
O inquérito foi motivado por questões de ética, uma vez que o comandante, ao mesmo tempo que trabalhava para a TAP, era também assessor do SPAC, sendo remunerado pelo exercício deste cargo. Ou seja, a companhia considera que a sua atividade de consultor estava intimamente ligada com o cargo que assumia na TAP. Outra questão em análise terá que ver com uma eventual violação dos tempos de descanso, já que no período que antecedeu a greve de dez dias, altura de negociações intensas, o comandante terá estado ao serviço do SPAC quando faltavam três horas para levantar voo, não tendo sido observada a regra que exige aos pilotos descanso total.
Entretanto, o Sindicato dos Pilotos emitiu um comunicado negando o envolvimento de Lino Rodrigues nas negociações com a TAP ou na preparação, declaração e manutenção da greve. “É falso que o comandante Paulo Lino Rodrigues tenha sido o estratega da greve dos pilotos. A estratégia de fazer e declarar a greve foi decidida em Assembleia de Empresa que teve lugar no dia 15 de Abril de 2015, onde participaram 434 Associados e votaram 360 a favor da greve”, diz o SPAC, que acrescenta que a decisão de declarar e de manter a dita greve foi “responsabilidade exclusiva” da direção.
Notícia publicada pelo ‘Diário de Notícias’ de Lisboa (www.dn.pt)