O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, mostra-se confiante num bom resultado financeiro da companhia aérea no final do corrente ano, apesar dos prejuízos no primeiro trimestre, que atribuiu ao aumento da massa salarial na companhia aérea.
“Os resultados do primeiro trimestre são piores do que os do primeiro trimestre do ano passado, mas são melhores do que [aqueles previstos no] nosso orçamento. Era algo que nós já sabíamos que ia acontecer por conta do processo de transformação que a companhia está a ter”, afirmou Luís Rodrigues aos jornalistas em Londres, nesta terça-feira, dia 14 de maio, onde esteve para comemorar o 75.º aniversário da ligação aérea regular Lisboa-Londres.
No entanto, acrescentou: “Abril já sabemos que foi um mês melhor do que aquilo que tínhamos orçamentado” e as reservas para o resto de 2024, sobretudo no Verão, “estão extraordinárias”.
O responsável está confiante de que a TAP vai conseguir atingir os objetivos estipulados para este ano em termos financeiros e operacionais.
“Financeiros, não é necessariamente um novo ano recorde, não é isso que andamos a procura. Andamos à procura de um ano rentável, sustentável e que continue a consolidar a TAP como uma das melhores companhias e a evoluir para ser uma das melhores companhias no setor”, sublinhou.
A TAP comunicou prejuízos de 71,9 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, um agravamento face ao resultado líquido negativo de 57,4 milhões registados no mesmo período do ano passado.
Em 2023, a companhia aérea registou um lucro ‘recorde’ de 177,3 milhões de euros.
O presidente da transportadora aérea portuguesa, que está no cargo há cerca de um ano, reiterou que o fim dos cortes salariais, correções à inflação e os novos acordos de empresa vão ter um bom impacto a médio e longo prazo.
“As pessoas estão motivadas para trabalhar, sentem que estão a ser pagas justamente por aquilo que fazem e, portanto, têm entregado desde o primeiro momento essa produtividade que nós pedimos a toda a gente que acontecesse e isso está a correr. Todos os indicadores operacionais estão a melhorar”, salientou.
Luís Rodrigues desvalorizou conflitos com os sindicatos, referindo: “Temos as nossas divergências aqui e ali, mas, no essencial, estamos completamente de acordo.”
Sobre o plano de reestruturação, defendeu a necessidade de “honrar os […] compromissos” até ao fim do processo, em dezembro de 2025.
“Obviamente que a partir de janeiro de [20]26, se o processo de privatização estiver completado, o novo acionista ou um dos novos acionistas há de ter ideias próprias para o que fazer com a frota ou com a companhia”, referiu.
O presidente executivo da TAP falava à margem de um evento realizado na embaixada de Portugal no Reino Unido para marcar o 75.º aniversário da ligação aérea Lisboa-Londres.
Atualmente, a companhia aérea portuguesa liga Lisboa e Porto a dois aeroportos de Londres (Heathrow e Gatwick) e também a Manchester.
“Transportamos mais de três milhões de pessoas por ano, o que é impressionante para uma companhia como a nossa”, saudou.