A TAP passou pela primeira vez a marca dos dez milhões de passageiros no Aeroporto de Lisboa, com 10.175.494, de acordo com os dados a que o ‘PressTUR’ teve acesso e que evidenciam que apesar das quedas sofridas nos últimos dois meses de 2014, por greves e ameaças de greves, a companhia portuguesa teve um aumento de passageiros em 7,6% ou 716.671.
Os dados obtidos pelo portal português de notícias de turismo e viagens (parceiro editorial do Newsavia em Portugal) evidenciam que a companhia portuguesa, embora enfrentando concorrência acrescida ‘e de peso’, de que a criação pela Ryanair de uma base na capital portuguesa é a melhor expressão, mas que há que juntar o desenvolvimento das ‘low cost’ dos grandes grupos aéreos europeus, especialmente do Air France/KLM, com a Transavia.com, e do IAG, com a Vueling, teve o segundo maior aumento anual de passageiros no Aeroporto de Lisboa da última década.
Aliás, no fim de Outubro a TAP até tinha o maior aumento anual de passageiros de sempre, com mais 756.669 passageiros (+9,4%) que nos primeiros dez meses de 2013, apesar das perturbações na sua operação durante o Verão, mas o seu crescimento acabou por recuar para 7,6% ou 716.671 passageiros, menos praticamente 40 mil do que tinha no final de Outubro.
Esta queda, atribuível a greve e ameaças de greves nos últimos meses de 2014, a mais mediática das quais a que esteve convocada para os dias 27 a 30 de Dezembro, é porém apenas um parte do impacto que tiveram na operação da companhia em Lisboa.
No final do primeiro semestre a TAP tinha um aumento de passageiros em 7,5% ou cerca de 327 mil e o mês em que menos cresceu foi Fevereiro, com um aumento em 4,4%.
Com a expansão de rotas e o reforço da frota a partir e Julho, o crescimento da companhia portuguesa no Aeroporto de Lisboa saltou para os dois dígitos, com 10,4% em Julho, 10,8% em Agosto, 15% em Setembro e 10,3% em Outubro, meses em que somou 4,12 milhões de passageiros, acima do período homólogo de 2013 em cerca de 430 mil.
O balanço da TAP no Aeroporto de Lisboa em 2014, porém, viria a ser penalizado por quedas sucessivas nos dois últimos meses de 2014, em 4,5% ou cerca de 30,4 mil em Novembro, para 648.205, e em 1,3% ou cerca de 9,6 mil em Dezembro, para 719.074, o que, no entanto, é apenas uma parte do impacto das greves e ameaças de greves, que normalmente é mais forte como dissuasor de novas reservas.
Esse impacto pode ser avaliado se se tiver em conta que em 2014 o mínimo que a TAP cresceu foi 4,4% em Fevereiro, que desde Julho estava com aumentos a dois dígitos e que no final de Outubro tinha um aumento em 9,4%, mais 1,4 pontos do que acabou o ano.
Os dados a que o PressTUR teve acesso mostram que apesar desse impacto e da concorrência acrescida, a TAP manteve-se em 2014 a transportadora usada por mais de metade (56,1%) dos passageiros que viajaram de e para Lisboa, abaixo da quota que tivera em 2013 (59,1%), como seria de esperar pela entrada de novas concorrentes, mas acima do que tinha em 2010 e 2011 (55,2%).
A companhia portuguesa, de facto, de acordo com cálculos do PressTUR, superou a taxa de crescimento médio anual do Aeroporto na última década, com +6,9% face a +5,4%.
Enquanto o Aeroporto de Lisboa passou de 10.175.494 passageiros de voos comerciais em 2004 para 18.142.035 no ano passado, tendo um aumento em 7.436.829, a TAP teve um aumento em 4.963.570, o que equivale a 66,7% do aumento total do Aeroporto na década, tendo passado de 5.211.924 em 2004 para 10.175.494.
E no ano passado face a 2013, apesar do efeito das perturbações laborais e da instalação pela Ryanair de uma base, os mais 716.671 passageiros que a TAP transportou de e para Lisboa equivalem a 33,6% do aumento total do Aeroporto, apenas menor que o da ‘low cost’ de Michael O’Leary, cujo aumento, porém, compara 12 meses de 2014 com um mês de 2013.