Um técnico de manutenção da companhia estatal indiana Air India foi sugado pelo reator de um avião Airbus A319 da empresa, durante uma operação de ‘pushback’ no Aeroporto de Mumbai (cidade que é capital financeira da Índia e que é também designada por Bombaim).
O próprio presidente da companhia aérea assina um comunicado distribuído pela Air India em que lamenta o acidente e o atribui a negligência sem, contudo, apontar culpas a quem quer que seja.
O avião fazia a manobra de saída de uma plataforma de embarque de passageiros, ainda ajudado pelo trator de ‘pushback’ quando um dos dois motores foi ligado e sugou o corpo do infeliz trabalhador da Air India.
O jornal ‘The Times of India’ refere na edição desta quinta-feira, dia 17 de dezembro, que o acidente ocorreu na quarta-feira, dia 16. A ocorrência provocou grande consternação no Aeroporto de Chhatrapati Shivaji, o principal da cidade indiana. Fontes contactadas pelos média indianos não conseguem ter uma explicação razoável para o acontecimento, já que se tratava de um funcionário com alguns anos de trabalho e, portanto, conhecedor dos riscos que corria.
Outro jornal, o ‘The Hindustan Times’, refere que o funcionário que foi literalmente triturado pelo motor, se encontrava junto do trem de nariz da aeronave. Adianta ainda que a ligação do motor ainda durante a manobra de reboque se deveu a “um procedimento alternativo decidido pelos pilotos”, devido ao fato do motor auxiliar (APU) não ter funcionado. “Alternativo, mas não comum”, disse à imprensa indiana uma fonte não identificada. “Trata-se de um procedimento irregular”, que poderá ter surpreendido o mecânico no solo, sugere o jornal.
A Air India e as autoridades aeroportuárias e de segurança aeronáutica anunciaram na manhã desta quinta-feira, que será aberto um inquérito oficial para determinar as causas do acidente.
Não obstante ocorrerem na Índia frequentes incidentes técnicos, muitas vezes provocados por negligência humana, é a primeira vez que se regista um deste tipo, notifica a imprensa diária do País.
“ainda ajudado pelo trator de ‘pushback’ quando um dos dois motores foi ligado e sugou o corpo do infeliz trabalhador”
Ponto 1: Os reactores de um A319 ( e de qualquer avião a turbina ) não se ligam de um momento para o outro como um motor de carro; é um processo mais demorado e permite a qualquer pessoa que esteja sentada na nacelle do motor quando este inicia o processo de arranque, aperceber-se do que se está a passar e saltar da nacelle e dar uma boa margem de segurança!
Ponto 2: É procedimento normal / standard de todas as companhias em todos os aeroportos em todo o mundo arrancar os motores durante a manobra de pushback; acontece às centenas ou milhares de vezes por dia em cada aeroporto internacional do mundo.
A haver negligência, o mais provável é ter sido do próprio trabalhador por não ter respeitado as devidas distâncias de segurança de um reactor já em funcionamento em idle.