A Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT) de Cabo Verde está preocupada com a “indisponibilidade de voos domésticos” a partir de 1 de abril, apontando falta de explicação plausível dos responsáveis pela suspensão das viagens.
Em nota enviada à agência noticiosa cabo-verdiana ‘Inforpress’, o presidente da AAVT, Mário Sanches, disse que tomou nota da indisponibilidade de voos domésticos da Transporte Inter-Ilhas de Cabo Verde (TICV), antiga Binter CV, no sistema GDS de vendas de passagens aéreas, a partir dos seus associados.
Segundo o responsável, trata-se de uma “situação inusitada” e que, sobretudo nestes tempos difíceis para a aviação civil, vem acrescer ainda mais as dificuldades económicas sentidas pelas agências de viagens nacionais.
Esta situação “torna quase impossível a planificação e venda antecipada de passagens áreas, inclusive, a nível internacional, já que os emigrantes e outros passageiros da diáspora recusam-se a adquirir passagens aéreas para Cabo Verde, sem garantia de ligações internas aéreas às diferentes ilhas”, referiu.
Mário Sanches afiançou ser escusado dizer das dificuldades acrescidas que tal situação acarreta para as agências associadas na organização, numa altura em que “a sobrevivência dos negócios está por um fio”, com a crise global, resultado da covid-19.
“A agravar ainda mais a situação, os contactos estabelecidos com as entidades competentes não resultaram em nenhum cabal esclarecimento, estando as agências de viagens nacionais em completo escuro sobre as causas e, mais importante, as soluções e prazos para a resolução definitiva do problema”, assinalou o presidente da associação dos agentes de viagens de Cabo Verde.
Mário Sanches instou também “a quem de direito” a tudo fazer para a resolução imediata desta questão, por forma a “evitar mais danos” às agências de viagens e que poderão revelar-se “irreparáveis” com o agravar da situação crítica com que deparam de momento.
A ‘Inforpress’ tentou contactar a direção da TICV, empresa que tem capital maioritário da companhia espanhola Binter Canárias, para uma reação, mas sem sucesso.
O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, confrontado sobre a situação, disse nesta quarta-feira, dia 17 de março, que o Governo está a mediar um diferendo entre a entidade reguladora e a companhia aérea do país, para evitar suspensão de voos a partir de 1 de abril, garantido que a intermediação será feita sem interferir nas competências da Agência de Aviação Civil (AAC).
- Foto © Carlos Freitas