Trabalhadores de terra da SATA em greve a partir da meia-noite

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A greve convocada pelo SINTAC para a companhia aérea SATA arranca hoje, dia 17 de Junho, à meia-noite e vai estender-se até 28 de Junho, prevendo-se perturbações em voos da transportadora aérea dos Açores e também nos da TAP para o arquipélago, segundo o sindicato.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) estima que todos os voos assistidos pela SATA nas ilhas dos Açores, onde o grupo aéreo tem a sua sede, serão afectados por esta paralisação dos trabalhadores afectos ao SINTAP, que são cerca de 140, incluindo os voos da TAP para os Açores.

Também o presidente do Conselho de Administração da SATA, Luís Parreirão, admitiu, na segunda-feira, em declarações à Lusa, algumas perturbações por causa da greve dos trabalhadores do SINTAC, cuja maioria é composta por pessoal de terra.

Além de terem sido definidos serviços mínimos, a empresa está também a “adoptar medidas” para evitar o mais possível “transtornos” aos passageiros, acrescentou.

Os serviços mínimos definidos incluem uma ligação diária ao continente a partir da Terceira, de São Miguel e do Faial, três voos por dia nas ligações inter-ilhas e os dois voos de Boston previstos para esse período.

O SINTAP já promoveu outras quatro paralisações na SATA mas parciais, sendo esta a tempo inteiro.

O dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) Filipe Rocha disse hoje à agência noticiosa portuguesa Lusa que a greve se mantém, apesar de a administração da empresa ter manifestado na segunda-feira estar disponível para negociar.

“Essa comunicação [do presidente do conselho de administração da SATA] foi feita à comunicação social e não nos foi endereçada. Não sabemos até onde se pretende levar a negociação”, disse Filipe Rocha.

O presidente do conselho de administração da SATA, Luís Parreirão, garantiu, na segunda-feira, em declarações à Lusa, estar disponível para negociar com o SINTAC, mas salvaguardou que não pode haver “dois regimes” salariais na empresa.

Luís Parreirão revelou que, por outro lado, a empresa convocou todos os sindicatos que representam os trabalhadores da SATA (incluindo o SINTAC) para uma reunião negocial a 1 de Julho sobre a aplicação do Orçamento do Estado de 2014 na transportadora, depois do ‘chumbo’ do Tribunal Constitucional (TC) aos cortes salariais.

Filipe Rocha considera que o presidente da SATA “faz parecer” que se trata da mesma questão “quando não é assim”.

Para os associados do SINTAC, sublinhou, o que importa resolver é uma situação gerada em 2013, que está a ser “demasiado penosa”.

O dirigente do SINTAC acrescentou que a empresa, não conseguindo mudar o acordo de empresa, elaborou um memorando de entendimento que “altera substancialmente” as regras de trabalho, tendo pago determinados valores ao abrigo deste documento.

“Este documento é, no entanto, ilegal, porque não foi publicado no boletim de trabalho e no Jornal Oficial dos Açores”, declarou.

Já Luís sublinhou que a SATA assinou em 2013 um entendimento com todos os sindicatos que na altura representavam trabalhadores da empresa que teve como objectivo compensá-los, ainda que parcialmente, pelos cortes previstos no Orçamento do Estado.

Posteriormente, referiu, um grupo de trabalhadores mudou de sindicato e filiou-se no SINTAC, o qual comunicou que estes funcionários não aceitam o acordo, reivindicando a aplicação do mesmo acordo que foi conseguido na TAP.

A SATA não pode, no entanto, aceitar esta reivindicação, sublinhou o administrador, dizendo que é “uma empresa de palavra”, que respeita os acordos que assina e não pode, além disso, “ter dois regimes” a vigorar.

 

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