Onze pilotos militares morreram na tragédia que ontem, segunda-feira, dia 26 de Janeiro, atingiu a Base Militar de Los Llanos, em Albacete, Espanha, provocada pela queda de um F-16 da Força Aérea da Grécia sobre a placa de estacionamento dos aviões que participavam no Programa de Liderança Tática da NATO, que ali se desenvolve com a participação de aviões e pilotos das forças aéreas de países da Aliança Atlântica.
Um comunicado oficial do Ministério da Defesa de Espanha elevou para 11 o número de vítimas fatais, estabelecendo em 20 o número de feridos, alguns bastante graves, internados em hospitais especializados no tratamento de feridos queimados.
O acidente envolveu sete aeronaves militares, que podem considerar-se totalmente destruídas pelo incêndio que lavrou em seguida, provocado pela explosão do F-16 grego quando em contacto com o solo, agravada pelo facto de todos os aviões se encontrarem com os depósitos atestados, pois iriam entrar em manobras na tarde de ontem. O combate ao fogo foi bastante difícil, só tendo sido dado por terminado cerca de uma hora depois. Além do F-16 grego, as outras aeronaves destruídas, segundo o comunicado governamental, são seis da Força Aérea Francesa (dois Mirage 2000 e dois aviões de treino avançado Alpha-Jet) e dois caças-bombardeiros AMX da Força Aérea Italiana.
Segundo a listagem das autoridades espanholas faleceram no desastre dois capitães pilotos (que tripulavam o F-16 acidentado) e nove pilotos franceses, sendo 4 capitães, um tenente e 4 oficiais subalternos. Entre os 20 feridos, nove são franceses e 11 italianos. De entre os feridos há cinco em estado considerado muito grave, pois têm extensas superfícies do corpo queimadas e estão a ser tratados em hospitais de cuidados intensivos para queimados. A maioria dos pilotos franceses envolvidos no desastre é oriunda da Base Aérea de Nancy.
Cautelosamente o comunicado não tem qualquer indicação relacionada com as eventuais causas do acidente, nomeadamente o que terá levado o F-16 grego a perder altitude na manobra de descolagem. As autoridades espanholas referem apenas que a CITAAM – Comissão de Investigação Técnica de Aeronaves Militares está no terreno a investigar as causas do acidente, trabalho que é acompanhado pela entidade de investigação criminal (polícia judiciária militar) das Forças Armadas de Espanha.
Hoje, na Grécia foi decretado luto oficial de três dias. Os ministros da Defesa de França e da Itália deslocaram-se a Albacete, tendo permanecido algum tempo na Base Aérea de Los Llanos, onde se inteiraram do sucedido junto das autoridades espanholas e prestaram homenagem aos militares falecidos.
A Base Aérea de Albacete, em Espanha, sedia o Programa de Liderança Tática (Tactical Leadership Programme – TLP) da Aliança Atlântica deste ano. O evento envolve cerca de 750 participantes, entre pilotos e pessoal de apoio, das forças aéreas da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Itália e Reino Unido.
O TLP é um programa de treino criado em 1978 por países membros da NATO com o intuito de ajudar os pilotos da organização a desenvolverem a aperfeiçoarem suas capacidades técnicas. Durante vários anos, esteve sediado na Base Aérea de Fuerstenfeldbruck, na Alemanha. Mudou-se para Espanha em 2009 e neste ano decorre em Los Llanos.
Este foi o maior e mais trágico acidente sofrido por forças da NATO fora de zonas de conflito, referiram fontes militares da Aliança Atlântica.
O avião F-16 da Força Aére Grega tinha entrado ao serviço em 1997 e tinha 4.056 horas de serviço. Os dois pilotos, ambos com a patente de capitão, um de 35 e outro de 31 anos de idade, lidavam com este tipo de avião desde há vários anos, sem incidentes.