A companhia norte-americana Spirit Airlines vai abandonar os dois voos diários que realiza presentemente entre os aeroportos de Fort Lauderdale, na Florida, e de Havana, na República de Cuba.
A decisão foi tomada apenas quatro meses depois do início da nova rota, que, segundo foi anunciado, irá terminar no primeiro dia do mês de junho deste ano.
A questão que leva a companhia norte-americana a sair de Cuba é a falta de passageiros e os custos associados à operação que têm aumentado nos aeroportos da república fundada por Fidel Castro. Há muitos operadores norte-americanos, todos com preços baixos, o que torna a operação desinteressante do ponto de vista económico. “A Spirit Airlines não tem preço competitivo que possa atrair mais clientes e para que possa concorrer com os seus competidores”, diz o presidente executivo da empresa, Bob Fornaro. A questão é ainda mais grave pelo facto da companhia ser considerada uma ULCC (ultra-low cost carrier), que significa que tem de oferecer aos seus clientes um regime de tarifas bastante baixas.
A Spirit foi a terceira companhia de baixo custo dos EUA a abrir uma rota entre o Estado da Flórida, na costa leste dos EUA, e a República de Cuba, nas Caraíbas. Juntou-se à sua congénere Frontier Airlines que também já anunciou que irá suspender o voo diário entre Miami e Havana no próximo dia 4 de junho, e à Silver Airways, companhia que tem code-share com a TAP e a Azul. Com base operacional no Aeroporto de Fort Luderdale, a Silver voava para os aeroportos cubanos de Camaguey, Cayo Coco, Cienfuegos, Holguin, Manzanillo, Santa Clara, Santiago de Cuba e Varadero. Todos estes voos foram suspensos no sábado, dia 16 de abril.
Observadores políticos e outros relacionados com a aviação comercial nos EUA consideram que a quebra de passageiros tem muito a ver com a chegada do Presidente Donald Trump à Casa Branca. As ameaças feitas aos emigrantes que não tinham a sua situação completamente resolvida e o medo daqueles que não estavam certos da sua reentrada nos EUA se, por acaso, se deslocassem a Cuba, demoveram a vontade dos potenciais viajantes. Uma situação que continuará a influenciar a estabilidade do tráfego aéreo entre os EUA e Cuba. Bem avisaram algumas companhias que não entrariam em delírios quando muitas se viraram para Cuba, após o levantamento das sanções norte-americanas e internacionais. Nos Estados Unidos, nomeadamente na costa leste, vivem alguns milhões de cidadãos de origem cubana.
Além destas três companhias que abandonaram totalmente os voos dos EUA para Cuba, a JetBlue Airways e a American Airlines reduziram o número de ligações para a ilha-república das Caraíbas. Outras companhias que presentemente mantêm uma grande aposta nas rotas para Cuba, de várias cidades norte-americanas, também manifestaram a intenção de reestruturar os seus programas de voos.