A TAP Portugal e a Azul Linhas Aéreas Brasileiras gostariam de reforçar a parceria além do code-share já em vigor e ter “total cooperação” em termos de preços, capacidade e, inclusivamente, compras de aviões e combustível, revelou Trey Urbahn, membro da Comissão Executiva da companhia portuguesa, com a responsabilidade da estratégia e planeamento operacional (Chief Strategy Officer).
“Queremos obter a cooperação total”, afirmou o executivo citado pelo portal de notícias de aviação ‘FlightGlobal’ que refere que a declaração que aponta para que as duas companhias estão a tentar obter das autoridades da concorrência a permissão para a formação de uma joint-venture, à semelhança das que já têm outras companhias europeias com congéneres americanas e asiáticas.
Trey Urbahn que falava ao ‘FlightGlobal’ durante a ‘Boyd Group International Aviation Forecast Summit’, que decorreu no fim-de-semana passado em Las Vegas (EUA), não avançou prazos para as companhias avançarem com esse projeto.
O portal assinala que uma joint-venture selará ainda mais a relação entre a TAP e a Azul que têm David Neeleman como acionista comum, no caso da portuguesa através do consórcio ‘Atlantic Gateway’, de que também são acionistas o empresário português Humberto Pedrosa e o grupo chinês HNA.
Atualmente a Azul tem apenas uma rota entre o Brasil e a Europa, entre os aeroportos de Viracopos (Campinas, no Estado de São Paulo) e de Lisboa.
A TAP, por sua vez, voa de Lisboa para Porto Alegre, São Paulo/Guarulhos, Brasília, Rio de Janeiro/Galeão, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza e Belém, a que soma ainda voos do Porto para São Paulo/Guarulhos e Rio de Janeiro/Galeão.
O ‘FlightGlobal’ escreve ainda que desde que o ‘Atlantic Gateway’ se tornou acionista da TAP, atualmente com 45%, depois da renegociação com o Governo de António Costa, a companhia portuguesa avançou para uma renovação da frota e está a transformar as operações intra-europeias em operações low cost.
O portal acrescenta que Trey Urbahn comentou que o ‘Atlantic Gateway’ tem a gestão da companhia no dia-a-dia e que o Governo Português, que tem 50%, lhe tem permitido fazer o seu trabalho na maior parte das situações.
Governo Português impôs continuação dos voos para Caracas
A exceção assinalada é a continuação dos voos para Caracas, na Venezuela, que a maior parte das companhias estrangeiras travaram.
Segundo o ‘FlightGlobal’, o Governo Português pressionou no sentido de a TAP continuar a voar para Caracas, o que a obrigou a fazer uma escala em Curaçao, no voo de regresso a Lisboa, para evitar que as tripulações tivessem que pernoitar na capital venezuelana.
E acrescenta que embora Trey Urbahn reconheça que assim a rota da Venezuela “não funciona”, a companhia terá que continuar a mantê-la.
- Na imagem de abertura vemos Trey Urbahn, à esquerda na foto, segurando um modelo dos novos A330-900 da TAP, aquando da apresentação das novas cabinas Airbus Airspace.
- Notícia publicada em Portugal pela agência de notícias de turismo e viagens ‘PressTUR‘