Os tripulantes de cabina da TAP Air Portugal vivem um momento de “alguma inquietação” na companhia aérea, situação que o novo presidente do SNPVAC compara a um “barril de pólvora” que poderá ser “demasiado grande” para um rastilho “tão pequeno”.
“Julgo que no seio dos tripulantes de cabina se vive alguma inquietação e eu tenho receio que este barril de pólvora se esteja a tornar demasiado grande para um rastilho tão pequeno”, afirmou o presidente da direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Henrique Louro Martins, em entrevista à ‘Lusa’.
Conforme indicou o responsável, a transportadora portuguesa “teima em não cumprir”, na totalidade, o acordo de empresa (AE), “dificultando a vida” ao sindicato e, consequentemente, aos trabalhadores com “interpretações” que, para o SNPVAC, não têm justificação.
Henrique Louro Martins garantiu que o sindicato e a administração da TAP não estão a negociar um novo acordo e reiterou que a empresa “não está a cumprir na totalidade” o clausulado no documento em vigor, embora espere que esta situação seja alterada brevemente.
“O que os trabalhadores, nomeadamente os tripulantes de cabina, não veem é aumentos salariais. Somos a linha da frente da companhia, a face mais visível, e a empresa tem feito muito pouco em termos salariais para premiar essa entrega que os tripulantes de cabina têm”, vincou, escusando-se a avançar os montantes que os trabalhadores reivindicam.
No final de novembro, a lista encabeçada pelo também tripulante da TAP venceu as eleições para a direção do SNPVAC, depois dos anteriores dirigentes terem sido destituídos.
Questionado neste sábado, dia 28 de dezembro, pela ‘Lusa’, Henrique Louro Martins não quis comentar o trabalho da anterior liderança do SNPVAC, nem adiantou se fez parte do grupo que reivindicou a destituição da direção encabeçada por Luciana Passo e Bruno Fialho, justificando esta posição com o cargo em que atualmente se encontra.
O programa eleitoral de Louro Martins definia como prioridades a defesa da classe, da contratação coletiva e da carreira dos trabalhadores, objetivos que, para o presidente da direção do SNPVAC, “não são fáceis” de concretizar.
“Cada vez mais, o cumprimento dos acordos da empresa por parte das companhias aéreas é uma meta difícil de atingir […] Cremos que as empresas devem ouvir o sindicato, ouvir os anseios dos seus trabalhadores e fazer também com que a vida e dia-a-dia dos tripulantes de cabina, nas suas funções, sejam respeitados”, concluiu.
- A imagem de abertura é meramente ilustrativa e não está relacionada com qualquer atividade sindical.