O governo venezuelano anunciou no sábado, dia 7 de abril, que vai restabelecer as ligações aéreas e marítimas com as ilhas de Aruba, Curaçau e Bonaire, conhecidas pelas Antilhas Holandesas, três meses após a sua suspensão por decisão de Caracas.
“A partir de hoje [sábado, dia 7] vamos avançar com todos os mecanismos necessários para regularizar e normalizar as comunicações aéreas e marítimas com estas ilhas”, anunciou o vice-presidente da Venezuela, Tareck el Aissami, em declarações em Caracas, junto do ministro holandês dos Negócios Estrangeiros, Stef Blok.
O vice-presidente venezuelano adiantou que o seu executivo espera avançar de “forma permanente e em estreita monitorização e cumprimento” dos acordos celebrados entre Caracas e Amesterdão no sábado, assim como na procura de uma relação de “respeito, reciprocidade e não ingerência nos assuntos internos”.
“Levantamos, de forma aberta e transparente, todas as dificuldades que surgiram entre os dois países irmãos, dois países vizinhos”, declarou Tareck el Aissami, classificando a reunião com o ministro holandês como “extraordinária e satisfatória”.
Segundo o vice-presidente da Venezuela, citado pela agência de notícias espanhola EFE, o encontro permitiu ainda abordar “todos os temas de interesse” para começar a trabalhar no fortalecimento das relações bilaterais em matéria comercial, turística, energética e financeira.
Já o ministro holandês destacou que a Venezuela “é um vizinho importante”, salientando igualmente a importância de “se manter sempre um diálogo, inclusivamente em circunstâncias difíceis”.
Stef Blok referiu que os dois governantes acordaram em debater assuntos relacionados com as fronteiras, incluindo o contrabando e a migração, “e restaurar imediatamente as ligações de transporte entre a Venezuela e as ilhas holandesas”.
Caracas espera, também, cooperação para combater o tráfico de droga e de pessoas.
Em 05 de janeiro, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou o encerramento das fronteiras aéreas e marítimas com as Antilhas holandesas de Aruba, Curaçau e Bonaire, “para estabelecer uma reestruturação e uma defesa dos interesses económicos da Venezuela, que são interesses sagrados”.
A medida teve lugar depois de várias denúncias sobre o alegado contrabando de cabos de telecomunicações, de eletricidade e outros produtos, desde a Península de Paraguaná (centro norte da Venezuela, o ponto mais perto daquelas ilhas), para as Antilhas Holandesas.