O Governo brasileiro arrecadou 3,3 mil milhões de reais (499 milhões de euros) nas concessões de 22 aeroportos regionais, num leilão realizado nesta quarta-feira, dia 7 de abril, e que teve um excedente médio de 3.822,61% do valor mínimo para os lances, segundo o Ministério da Infraestrutura. As concessões são por 30 anos, sendo as empresas obrigadas a cumprir um caderno de encargos que inclui diversas obras de beneficiação e reforma desses aeroportos.
A empresa francesa Vinci e o grupo brasileiro CCR conquistaram as concessões para operar os aeroportos, que estavam divididos em três blocos respeitando critérios regionais.
A Vinci Airports, que é dona da ANA – Aeroportos de Portugal, que detém a concessão dos 10 maiores aeroportos portugueses, no continente e nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, adquiriu o bloco norte, que tem sete terminais, entre eles o de Manaus (imagem de abertura), capital regional do estado do Amazonas, como principal atrativo graças ao movimento gerado pela zona franca dessa cidade amazónica.
A Vinci, que já detém no Brasil a gestão do Aeroporto Internacional de Salvador, capital do estado nordestino da Bahia, só concorreu pelo bloco norte com o Consórcio Aerobrasil, e vai pagar 420 milhões de reais (62 milhões de euros) para administrar o aeroporto de Manaus, Tabatinga, Tefé, cidades do Amazonas; Porto Velho, capital de Rondónia; Boa Vista, capital de Roraima; Rio Branco e Cruzeiro do Sul, cidades do Estado do Acre.
A CCR venceu a licitação para operar os aeroportos do bloco central, composto por sete aeroportos: Goiânia, capital do estado de Goiás, Palmas, capital do Tocantins; Teresina, capital do Piauí; Petrolina, na cidade de Pernambuco; e das cidades de São Luís e Imperatriz, no estado do Maranhão.
A mesma empresa também venceu o bloco sul e ficará responsável pela gestão dos aeroportos de Curitiba, capital do Paraná; Foz do Iguaçu e Londrina, também no Paraná; Navegantes e Joinville, em Santa Catarina; Bacacheri, Pelotas, Uruguaiana e Bagé, no Rio Grande do Sul.
A CCR prometeu pagar 2,1 mil milhões de reais (318 milhões de euros) no bloco sul, montante 1.534% maior do que o mínimo exigido pelo Governo brasileiro.
Pelo bloco central, a empresa brasileira pagará 754 milhões de reais (112 milhões de euros), valor que excedeu 9,156% o preço mínimo de arrematação.
O leilão foi o primeiro de uma série de concessões que serão realizadas pelo Governo brasileiro ao longo desta semana e que incluem também uma linha ferroviária e cinco terminais portuários.
Além de pagar pelas concessões, os vencedores do leilão, realizado na Bolsa de Valores de São Paulo, comprometeram-se a investir um valor total de 6,1 mil milhões de reais (cerca de 914 milhões de euros) nos terminais.