Os aeroportos portugueses passarão a exibir cartazes e a disponibilizar folhetos dirigidos, principalmente, a viajantes que estiveram recentemente em países afectados pelo vírus Ébola, com os procedimentos que devem ser adoptados.
O primeiro aeroporto a receber esse material foi o de Lisboa, no dia de hoje, segunda-feira, 11 de Agosto, seguindo-se em datas próximas os do Porto, Faro, Madeira e Açores, anunciou hoje a Direcção-Geral de Saúde (DGS), em nota que está a ser divulgada pela agência noticiosa nacional Lusa.
Nestes cartazes e folhetos, que têm como título “Informação de saúde”, pode ler-se: “Se esteve nos últimos 21 dias num país afectado pelo vírus Ébola ou esteve nos últimos 21 dias em contacto com um doente com doença por vírus Ébola e se tiver febre superior a 38 graus, de início súbito, ligue para 808 24 24 24”.
Aconselha ainda o viajante a “referir sempre” aos profissionais de saúde os locais onde estiveram, nos últimos 21 dias, nos países afectados pelo vírus, Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Portugal criou um “dispositivo de coordenação” que está em alerta e “mobilizará e activará recursos que sejam adequados a cada situação” de infecção pelo Ébola que venha a ser identificada, anunciou na passada sexta-feira a DGS, na sequência da declaração pela Organização Mundial de Saúde do estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao surto de Ébola.
A DGS garante que “Portugal tem, em estado de prontidão, mecanismos para detectar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença”.
A autoridade de saúde refere que “estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus”.
Em Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes suspeitos de estarem infectados com o vírus do Ébola são os Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto.
Segundo a DGS, o actual surto começou na Guiné-Conacri, em Dezembro de 2013 e, até à data, foram identificados cerca de 1.700 casos, tendo havido 930 mortes, em quatro países: Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
O vírus do Ébola transmite-se por contacto directo com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infectados.
Actualmente não há voos directos regulares para nenhum dos países africanos onde se registaram mortes devido ao vírus da Ébola, mas é natural que cheguem passageiros que tenham estado recentemente nesses países, nomeadamente através de voos do Gana e do Senegal, sobre os quais é maior vigilância e preocupação por parte da DGS portuguesa.
No sector da aviação comercial há portugueses a trabalhar nalguns desses países, nomeadamente na Nigéria, onde uma companhia aérea portuguesa que se dedica ao fretamento de aeronaves tem aviões e pessoal técnico deslocado.