O voo experimental da TAAG – Linhas Aéreas de Angola aterrou às 13h00 desta sexta-feira, dia 17 de junho, no Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, em Bom Jesus, nos arredores da cidade de Luanda. Um sucesso, segundo as entidades governamentais e responsáveis pela construção da infraestrutura e, também, por parte do piloto que comandou a aeronave neste voo.
A chegada do Boeing 777-300ER, matrícula D2-TEG, nome de batismo ‘Sagrada Esperança’, que partiu do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, que atualmente serve a cidade de Luanda, marcou o início do processo de certificação do novo aeroporto internacional que irá servir a capital da República de Angola a partir do próximo ano. Um processo complexo, que deverá durar cerca de 18 meses, no qual diversas entidades nacionais e internacionais, através de auditorias técnicas irão apurar se o projeto cumpriu com as regras internacionais para a construção de um aeroporto desta dimensão e se existe pessoal técnico para operar com conhecimento e segurança a nova infraestrutura aeroportuária.
O voo de teste com um avião de longo curso, sem passageiros, recebeu à chegada um batismo de arco de água por dois pronto-socorros da Proteção Civil e dos Bombeiros, estacionados na pista.
Este voo experimental, o primeiro com equipamento pesado e da TAAG, entre os muitos outros que já foram feitos nas últimas semanas e que continuarão com aviões de menor porte, serviu para testar a pista, as condições climatéricas, a sinalização necessária para aterragem, ou seja, um conjunto de aspetos técnicos que vêm já sendo preparados desde o mês de janeiro último.
O processo de certificação é assegurado por uma equipa especializada e contará com o apoio de alguns órgãos internacionais, como a ICAO – Organização Internacional da Aviação Civil, que é a entidade máxima de certificação a nível da aviação civil internacional. O processo de certificação estender-se-á até 2023.
Localizado em Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, o novo Aeroporto Internacional de Luanda, batizado com o nome do primeiro Presidente da República de Angola, foi projetado para receber 15 milhões de passageiros por ano, sendo 10 milhões de passageiros internacionais e cinco milhões domésticos. Vai absorver um volume de mercadorias de 50 mil toneladas/ano e ocupa uma área de 1.324 hectares.
A infraestrutura possui duas pistas duplas e está dimensionado para receber aeronaves do tipo Boeing 747 e Airbus A380, os dois maiores aviões comerciais em utilização por companhias aéreas internacionais, além de contemplar a construção de raiz de uma cidade aeroportuária que cobrirá uma área de construção de 75 quilómetros quadrados.
A cerimónia, na qual esteve presente a viúva do primeiro Presidente de Angola, Maria Eugénia Neto, foi marcada por um espetáculo de exibição aeronáutica, o qual foi da responsabilidade da Força Aérea Nacional de Angola (FAN). Assim passaram em voo rasante uma esquadrilha de aviões bombardeiros Sukoi SU 30, uma esquadrilha de aviões K8 com fumaça com cores da Bandeira Nacional e foram lançados paraquedistas.
Em terra teve lugar uma cerimónia de homenagem ao primeiro Presidente da República de Angola e, Dr. António Agostinho Neto, tendo sido descerrado um busto no acesso principal ao aeroporto que recebeu o nome do fundador da Pátria Angolana.
-
Comandante do avião da TAAG que fez o voo experimental diz que a nova pista é muito boa
João Paulo Duarte, comandante do Boeing 777-300-ER, em declarações à agência de notícias ‘ANGOP’ disse que foi uma sensação única que ficará para a história tripular o avião da TAAAG que fez o voo experimental num aeroporto emblemático que leva o nome do fundador da Nação.
“É uma sensação única que vai ficar marcada na história. Foi um voo curto, de 20 minutos. Foi uma sensação incrível ver este aeroporto, que é uma mais-valia para o desenvolvimento de Angola e para resto de África”, destacou o piloto comandante do voo.
Há 24 anos no mundo da aviação, o comandante João Duarte manifestou apreço pelo facto da pista de aterragem ser muito boa, e servir voos com aviões de grande porte.
-
Uma obra “tão necessária quanto emblemática, que marcará de agora em diante o futuro da aviação civil em Angola e a história comum”, disse o ministro dos Transportes Ricardo de Abreu
O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, considerou o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto uma obra “tão necessária quanto emblemática, que marcará de agora em diante o futuro da aviação civil em Angola e a história comum”.
Com este voo experimental, iniciou-se o processo de certificação deste Aeroporto Internacional, que se prolongará até ao final de 2023, data em que dará início à sua utilização total e sem restrições.
“Por isso, dizemos que “O Nosso Futuro” já começou. E não podia começar melhor do que está a começar – com uma justa e merecida homenagem àquele que foi o Primeiro Presidente de Angola, o Pai da Nação, que a conseguiu manter una e indivisível, fazendo dela “a trincheira firme da revolução em África” rumo à autodeterminação e às independências no continente”, vincou.
Notou que o mais importante de todos os desafios foi a alteração do modelo de governação e gestão do projeto, com a criação do GONAIL, a 5 de outubro de 2018.
Segundo o ministro, o Gabinete de Operacionalização do Novo Aeroporto Internacional (GONAIL) é um órgão que assume a gestão do projeto, usando as melhores práticas de governação e gestão do ponto de vista técnico, operacional e humano.
“E, em simultâneo, um órgão que nos permite apropriarmo-nos de uma infra-estrutura que vai fazer parte da nossa História para lá dos próximos 50 anos”, exprimiu.
Adiantou que o projeto vai, igualmente, contribuir para a diversificação da economia nacional, potenciar o crescimento económico e o desenvolvimento do país.
“Aliás, este projeto em si já vai criando benefícios diretos para a nossa economia, do ponto de vista de uma trajetória muitas vezes difícil, incompreensível e complexa”, assinalou o governante com a tutela dos Transportes em Angola.
- Texto compilado com informações da agência de notícias ANGOP
- Reportagem fotográfica © Tony Mangueira Fernandes
Isto não é nada. Fiquem sabendo que também já existiu a primeira aterragem no novo aeroporto de Lisboa. Foi um Airbzzzz da AeroMosca. E para bom entendedor sobre moscas e as suas aterragens…