Um navio patrulha da Marinha de Guerra da República Popular da China que participa nas buscas do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines, desaparecido há 29 dias quando voava de Kuala Lumpur para Pequim, detectou um sinal rádio semelhante ao da caixa negra que equipa o avião desaparecido.
A agência noticiosa oficial chinesa ‘Xinhua’ noticiou a ocorrência e diz que a evidência foi detectada a cerca de 25 graus Sul de latitude e a 101 graus Leste de longitude. Pouco mais diz a comunicação da agência estatal chinesa, que apenas acrescenta que as buscas foram intensificadas nessa zona, onde no dia de hoje, agora já de noite, pois há uma diferença horária de oito horas em relação ao tempo GMT (o mesmo que em Portugal Continental e em Londres, por exemplo), estiveram a trabalhar dez aviões militares, três civis e onze navios de diversos países.
A agência acrescenta que um avião chinês descolou de um aeroporto militar em Perth, na Austrália, e fotografou durante cerca de 20 minutos diversos objectos que flutuavam na zona. Desconhece-se o resultado das imagens.
A CNN e algumas cadeias televisivas estão desde há algum tempo com as emissões focadas nesta nova descoberta. Trata-se de mais um indício a levar em conta. Contudo a CNN, nomeadamente, tem valorizado a nova pista chinesa, sobretudo por estar a aproximar-se o tempo limite de vida da bateria que alimenta os equipamentos denominados por ‘caixa negra’ e que registam toda a actividade ocorrida no aparelho nos últimos minutos de voo e cuja detecção é fundamental para, em casos com este, entender o que terá acontecido a bordo do ‘Boeing’ da Malaysia Airlines que desapareceu na madrugada do dia 8 de Março com 239 pessoas a bordo.
De acordo com as notícias que estão neste preciso momento a ser veiculadas o barco chinês captou uma série de “pings” a 25 graus a sul latitude e 101 graus este longitude, a norte da area delimitada para a procura a oeste de Perth, Australia. O sinal – um pulso ou ‘ping’ – tem um frequência de 37.5Khz por segundo, ou seja a frequência standart de transmissão de todas as caixas negras da aviação comercial.
Um repórter da televisão estatal chinesa, CCTV, mencionando uma fonte a bordo do ‘Haixun 01’ revelou que quatro pulsações foram identificadas ao longo de 15 minutos.
Fonte oficial Chinesa veio já a publico confirmar as pulsações ouvidas, afirmando contudo que ainda não podem ser relacionadas com o voo desaparecido da Malaysia Airlines #MH370.
Este barco de salvamento chinês com 128 metros de comprimento chegou ontem à zona delimitada pela Austrália para a procura, numa impressionante área de um milhão de quilómetros quadrados.
O navio pode navegar 10.000 milhas náuticas sem reabastecer e é um de dois navios de salvamento chineses na área, juntamente com dezenas de outros navios, submarinos e aviões de uma equipa multi-nacional que procura o avião desaparecido.
Companhia focada na assistência aos familiares
Entretanto, em Kuala Lumpur, as autoridades malaias e os responsáveis pela companhia aérea continuam a dar cara perante a população que pretende respostas, os jornalistas que procuram notícias e que não entendem muito bem como se perde o controlo de uma aeronave desta maneira e dos familiares dos que seguiam a bordo que desesperam por notícias. Não há respostas directas, procuram contornar as questões, evitar as polémicas e aclarar o que, no ocidente e na China, se critica como resultado de alguma negligência ou falta de treino para lidar com situações trágicas como esta.
Hoje na capital malaia, na conferência de imprensa em que diariamente comparece e em que faz o ponto à situação, o presidente executivo da Malaysia reafirmou que o foco da companhia está nos familiares dos passageiros e tripulantes que vivem um drama indescritível e inconsolável. “A nossa pressão maior está em satisfazer as suas necessidades imediatas, sem esquecer que este turbilhão de emoções colocou-nos em perda, não só pelo que já perdemos, em concreto, muitas vidas e um avião, mas porque os reflexos na saúde financeira da empresa poderão ser muito graves”, acentuou.
A Malaysia Airlines deu a cada familiar directo dos ocupantes do aparelho desaparecido 5.000 dólares em dinheiro e as famílias que aceitaram foram colocadas em hotéis de Kuala Lumpur e de Pequim, onde, mesmo assim, continuam a protestar, por vezes com veemência e alguma violência, contra o facto de não terem sido ainda encontradas pistas que conduzam à localização do avião.
Seguindo as normas técnicas amplamente divulgadas para a vida média das baterias das caixas negras, estas ficarão sem sinal, trinta dias depois de serem accionadas, o que significa que a segunda-feira próxima, dia 7 de Abril, é o limite para a detecção de um sinal que concretize o posicionamento dos equipamentos.
Submarino nuclear britânico na zona das buscas
Na conferência de imprensa de hoje, sábado, dia 6 de Abril, o ministro dos Transportes da Malásia disse que conhecia a notícia divulgada pela China, mas preferiu fazer um relatório sobre o que foi feito ao longo de um mês de buscas, nomeadamente a cooperação internacional recebida. Valorizou bastante a chegada ao local do submarino nuclear britânico HMS Tireless, cujas capacidades poderão ser decisivas nas buscas neste fim-de-semana.