O primeiro-ministro da República de Cabo Verde classificou como uma nova oportunidade o início de voos de baixo custo de Portugal para o arquipélago africano e os novos descontos aplicados pelo Governo a alguns voos interilhas.
Os voos de baixo custo “vão trazer mais turistas” para a ilha do Sal, sem “pacotes [de visita] fechados” por operadores turísticos, ou seja, “é outra possibilidade que se abre” para o setor que impulsiona a economia do país, disse o governante nesta quinta-feira, dia 19 de setembro.
“É um tipo de turista que vem para visitar outras ilhas”, pelo que o desafio passa por aumentar os hotéis e os serviços associados ao turismo, referiu Ulisses Correia e Silva (na imagem de abertura), na abertura da 2.ª Conferência Internacional de Turismo Rural e de Natureza, na ilha de São Nicolau.
Muita da pressão que já existe atualmente nos transportes interilhas deve-se, “em grande parte, à procura turística que vem de fora”, acrescentou.
“Criámos uma empresa [de voos domésticos] de capitais públicos para estabilizar o mercado e tomámos uma iniciativa importante para as ilhas de mercado diminuto”, com descontos de 40% sobre a tarifa de referência “para todos os que queiram viajar”, turistas ou residentes.
A medida abrange as ilhas do Maio, São Nicolau e Brava, sendo que, nas ligações para esta última, que não tem aeródromo, consideram-se as viagens até ou a partir da vizinha ilha do Fogo.
Ulisses Correia e Silva disse que o Governo pretende causar uma reação em cadeia, baixando os preços para “mais pessoas procurarem as ilhas” e assim melhorar a ocupação dos aviões, promovendo a oferta e tornando progressivamente mais barato viajar para Maio, São Nicolau ou Brava.
“Isto tudo vai caminhar junto”, referiu, acrescentando que a medida vai ser monitorizada e antecipando que a ilha do Maio, junto à ilha da capital, Santiago, deverá “seguramente” ser a primeira a abandonar a designação de “mercado diminuto”, porque, no prazo de três a cinco anos, terá “uma dinâmica próxima à do Sal ou Boavista”.