A4E apela para novas regras na gestão do espaço aéreo europeu

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A ‘Airlines for Europe’ (A4E), a maior associação de companhias aéreas na União Europeia (UE), apelou nesta segunda-feira, dia 27 de fevereiro, a avanços nas regras para modernizar a gestão do espaço aéreo europeu e reduzir atrasos, admitindo um “verão movimentado e congestionado”.

“A UE tem vindo a discutir a reforma do espaço aéreo há décadas, sem quaisquer resultados reais. Numa altura em que as companhias aéreas preveem um verão movimentado e um espaço aéreo europeu cada vez mais congestionado, a necessidade de reforma é mais clara do que nunca”, vinca a A4E, numa posição divulgada em comunicado distribuído em Bruxelas, onde tem a sua sede.

No dia em que os ministros dos Transportes da UE se reúnem em Estocolmo no âmbito da presidência sueca do Conselho da União Europeia, a A4E divulga um vídeo com apelos de pilotos das companhias aéreas representadas pela associação para instar os governantes a “aproveitarem a oportunidade e tirarem a legislação do Céu Único Europeu do papel”.

“A implementação da atualização do Céu Único Europeu, tal como proposto pela Comissão Europeia, seria um passo importante na criação de um espaço aéreo europeu sem obstáculos. Isto permitiria aos pilotos voar nas rotas mais eficientes possíveis, o que reduziria a quantidade de combustível utilizado em voo, reduziria os atrasos e proporcionaria uma redução de cerca de 7% nas emissões de CO2 [dióxido de carbono]”, adianta a associação.

Citado na nota, o diretor-geral da A4E, Laurent Donceel, sublinha que “os Estados-membros têm a oportunidade de alcançar um espaço aéreo sem obstáculos e digitalizado na Europa”.

Em discussão na UE estão novas regras para a organização do espaço aéreo europeu de forma mais racional, aumentando a capacidade de acomodação dos voos, ao mesmo tempo que visa menos emissões poluentes, no âmbito da reforma do Céu Único Europeu.

Em 2019 – ano de referência antes da pandemia –, os atrasos nos voos na UE causaram perdas de cerca de seis mil milhões de euros, tendo ainda gerado 11,6 milhões de toneladas de excesso de dióxido de carbono.

São estes números que Bruxelas quer reduzir, prevendo desde logo que os pilotos passem a dispor de rotas de voo mais diretas, em vez de voarem num espaço aéreo congestionado, e que as companhias aéreas deixem de optar por rotas mais longas para evitar zonas de carga com taxas mais elevadas.

Criada em 1999, a iniciativa Céu Único Europeu visa reduzir a fragmentação do espaço aéreo sobre a Europa e melhorar o desempenho da gestão do tráfego aéreo em termos de segurança, capacidade, eficiência de custos e ambiente.

A Comissão Europeia apresentou, em 2013, uma proposta de revisão destas normas, mas as negociações ficaram paradas no Conselho desde 2015, tendo Portugal assumido, aquando da sua presidência da UE no primeiro semestre de 2021, o desbloqueio destes dossiês como uma das suas prioridades, com discussões entre os colegisladores desde então.

O setor da aviação foi um dos mais afetados pela pandemia, tendo as companhias aéreas membros pela A4E perdido cerca de 500 milhões de passageiros entre 2020-2021 em comparação com 2019 e despedido 150 mil funcionários.

Criada em 2016, a A4E tem como membros 16 companhias aéreas que têm sede e operam em países da União Europeia como o grupo Air France-KLM, EasyJet, Grupo Lufthansa, Ryanair, TAP Air Portugal, TUI, entre outras, que no total transportam habitualmente mais de 720 milhões de passageiros por ano, operando mais de 3.000 aeronaves e gerando mais de 130 mil milhões de euros de volume de negócios anual.

 

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