O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) disse nesta segunda-feira, dia 1 de março, que o maior acionista da Groundforce Portugal, a Pasogal, não terá aceitado uma proposta para desbloquear as verbas para o pagamento dos salários dos trabalhadores.
De acordo com a estrutura sindical, “terá sido proposto ao acionista maioritário da Groundforce, Alfredo Casimiro, da Pasogal SGPS, um desbloqueamento das verbas necessárias para o pagamento dos salários dos trabalhadores tendo como contrapartida e garantia do empréstimo as ações que o mesmo detém na empresa”.
“Tanto quanto sabemos essa proposta foi recusada, sendo que se mantém o impasse que de outro modo não terá fim à vista”, adiantou a estrutura sindical.
Na sexta-feira passada, o STTAMP denunciou que os cerca de 2.400 trabalhadores da Groundforce estavam a ser informados pela empresa de que os salários de fevereiro não vão ser pagos nos próximos dias (LINK notícia relacionada).
“É lamentável que esta situação não tenha sido transmitida às organizações representativas dos trabalhadores em comunicação prévia face a um cenário de tal gravidade”, sublinhou o sindicato em comunicado, salientando que não se vislumbra o pagamento dos salários nos próximos 15 dias.
Nesta segunda-feira, a estrutura sindical critica o acionista, referindo que “um ano após o início da pandemia, e face à abrupta diminuição da atividade da empresa, que culmina numa séria e grave falta de liquidez para pagamentos de salários e fornecedores” este não colocou “um único cêntimo na empresa” nem participou “em qualquer uma das 13 reuniões de acompanhamento que decorreram entre a administração e as ORT´s [órgãos representativos dos trabalhadores], salvo na última reunião decorrida na passada sexta-feira, após já os trabalhadores terem tido conhecimento de que não iriam ser pagos os salários de fevereiro”.
“Os trabalhadores não podem ser campo de batalha numa guerra de acionistas”, disse ainda o sindicato.
O STTAMP refere ainda que “este é o tempo para que o acionista privado da Groundforce assuma as suas responsabilidades”, e que “sabendo que não terá qualquer capacidade financeira para o aprovisionando da empresa com a liquidez necessária para cumprir as obrigações, nomeadamente quanto ao pagamento dos salários dos trabalhadores, deve, pura e simplesmente abdicar da sua posição enquanto acionista, permitindo assim a entrada de capital na empresa”.
A estrutura sindical adiantou ainda que os “trabalhadores preparam-se para mostrar nos próximos dias, sobre todas as formas, o seu profundo descontentamento e indignação”.