O porta-voz da Air Macau confirmou ao jornal de língua portuguesa ‘Tribuna de Macau’, que a Air China e o Executivo da RAEM chegaram a um acordo para proceder à injeção financeira, porém, escusou-se a adiantar os montantes que poderão vir a suportar, referindo apenas que os pormenores deverão ser divulgados pelo Governo no Boletim Oficial.
Fonte conhecedora do processo disse ao jornal macaense que o valor do capital poderá ser aumentado até mais de dois mil milhões de patacas (o equivalente a 206,6 milhões de euros ao câmbio atual), numa operação em duas fases que será finalizada antes do final do ano, com a participação dos dois principais acionistas.
O Jornal ‘Tribuna de Macau’ também contactou a Autoridade de Aviação Civil (AACM) e o Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, no sentido de obter mais pormenores sobre este processo. Todavia, a AACM disse não ter informações para revelar e o Gabinete de Raimundo do Rosário não se pronunciou sobre o assunto até ao fecho desta edição.
Conforme adiantou o jornal ‘Tribuna de Macau’ no final de novembro passado, a Air Macau convocou a Assembleia-Geral especificamente para deliberar sobre o “recurso a novas entradas em dinheiro” e a alteração dos artigos cinco e seis dos Estatutos da Sociedade, que estão relacionados com o capital social.
Actualmente, a “China National Aviation Corporation (Macau) Company Limited” – integrada na “holding gerida” pela Air China – é a maior acionista da Air Macau, com 66,9% do capital social, seguida da RAEM, com 21,5%. Este será o terceiro reforço do capital social da Air Macau: em 2009, a Air China viabilizou um aumento de até 400 milhões de patacas para impedir a falência da companhia na sequência da subida radical dos preços dos combustíveis e, dois anos depois, a RAEM, que então detinha apenas 5% do capital total, subscreveu integralmente um reforço para 442 milhões, acabando por despender 700 milhões de patacas nessa operação.
A Air Macau tem ainda como acionistas a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), com 11,57%, e a ‘Evergreen Airways Service’, a IPE (Macau) – Investimentos e Participações Empresariais, o Centro de Comércio Mundial Macau e a Companhia de Seguros de Macau, com participações mínimas.
O novo apoio à transportadora deriva das fortes perdas causadas pela pandemia originada pelo novo coronavírus. Após ter acumulado lucros superiores a 1,6 mil milhões de patacas durante 10 anos, a Air Macau sofreu prejuízos líquidos de 464 milhões de renminbis (567 milhões de patacas ao câmbio actual) no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da Air China divulgados pelo ‘Tribuna de Macau’ em agosto passado. Entre janeiro e julho, as receitas da companhia de bandeira da RAEM atingiram 457 milhões de renminbis, traduzindo uma descida homóloga de 75,34%.
Previsto reforço dos voos para Taiwan e para o continente chinês
A Air Macau planeia aumentar os voos entre o território e Taipé, capital de Taiwan/Formosa, em janeiro, adoptando uma frequência diária entre os dias 20 e 27, período em que também prevê reiniciar a rota para Kaohsiung, igualmente com ligações diárias. Até ao dia 20, manter-se-ão os voos às segundas, quartas e sextas-feiras para a capital da Formosa.
O plano divulgado no site da companhia aérea contempla ainda voos às quintas-feiras para Tóquio e ligações diárias para diversas cidades do continente chinês, nomeadamente Pequim, Xangai, Hangzhou, Nanquim, Chengdu, Xiamen e Ningbo, e quatro por semana para Tianjin. Já para Changzhou, Nanning, Jieyangchaoshan, Taiyuan, Chongqing e Wenzhou estão programados três voos semanais.
Câmbios do dia:
- Um euro = 9,68190 patacas (MOP)
- Um euro = 7,93860 renmimbis/yuan (CNY)