O Plano de retoma e estabilização da TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde para o período 2022/23, aprovado por unanimidade na Assembleia-Geral, realizada nesta quarta-feira, dia 29 de dezembro, prevê voos para Boston (EUA), Paris (França) e Brasil e a aquisição de três aviões em regime de leasing operacional.
A informação foi avançada nesta quinta-feira, dia 30 de dezembro, pela presidente do Conselho de Administração (CA) da TACV, Sara Pires (foto acima), indicando que o plano prevê a retoma das operações e estabilização da empresa a nível financeiro e a sua preparação para uma nova privatização.
“Nós apresentámos as rotas que consideramos rentáveis para a empresa, o nosso plano de retoma, que será iniciado de forma muito tímida porque estamos num contexto de pandemia e de muitas incertezas. Portanto, não convém iniciarmos de uma forma brusca para depois termos interrupções e não conseguirmos ajustar a retoma quando houver algum inconveniente”, explicou.
“Nós também apresentámos aos acionistas qual a perspectiva em relação às frotas. A entrada de novas aeronaves, em que datas e as rotas que vamos introduzir de forma gradual”, acrescentou.
A operação internacional foi iniciada no dia 27 com a ligação Lisboa-Praia devendo continuidade no próximo dia 3 de Janeiro com uma ligação Praia-Lisboa.
As próximas rotas a serem adicionadas são a rota Lisboa-Mindelo e Sal-Lisboa. Para o segundo trimestre de 2022 está previsto o início das ligações Boston-Praia.
O plano, segundo Sara Pires, é ir introduzindo as rotas que a TACV anteriormente operava nomeadamente para o mercado do Brasil e também Paris, em França.
A questão do saneamento financeiro, a necessidade de refinanciar a empresa para que enquanto não tiver receitas suficientes para cobrir os custos operacionais, possa ter recursos financeiros disponíveis para honrar os compromissos foi outro assunto discutido na assembleia-geral dos acionistas.
A empresa prevê recorrer, em 2022, a empréstimos bancários, com o aval do Governo, para ter recursos para cobrir as despesas até a estabilização da companhia.
Neste momento a empresa está a operar com uma aeronave em regime de wet leasing, dado que a tripulação da empresa não está certificada para realização dos voos tendo em conta o longo período de 19 meses de paragem.
“Os nossos tripulantes têm de fazer um refrescamento para voltarem a ser certificados e trata-se de um processo que leva algum tempo”, disse Sara Pires, que adiantou a previsão de que em março de 2022, as tripulações já estejam preparadas e certificadas para realizar os voos. A presidente do CA da TACV prevê que até ao final de 2023 a empresa vai estar a operar com três aeronaves de passageiros em regime de leasing operacional.
“Vamos introduzir os aparelhos de forma gradual. Inicialmente estamos a operar com um aparelho. Devemos ter um novo aparelho na frota antes do início do Verão e no início de 2023 ter um terceiro aparelho. Isto tendo sempre em conta a questão da pandemia, perspectivando que haverá uma evolução positiva do mercado. Em último caso, estaremos a trabalhar com dois aparelhos”, indicou.
A intenção da TACV, segundo a presidente Sara Pires, é de prestar um serviço de qualidade, informando os passageiros de forma atempada as alterações.
“Comunicar sempre aos passageiros porque só comunicando as pessoas conseguem perceber e serão mais compreensíveis quando as coisas não correm como planeado”, disse frisando que, sobretudo, em tempo de pandemia sempre poderão surgir imprevistos.
- Notícia distribuída pela INFORPRESS – Agência Cabo-Verdiana de Notícias
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