A GRU Airport, entidade concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na cidade de São Paulo, Brasil, deu início, nesta quarta-feira, dia 1 de fevereiro, ao despedimento de cerca de duas centenas dos seus 1.400 funcionários, anunciou o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA) em comunicado à imprensa, que adianta que só no Terminal de Cargas serão mais de 40 o número de funcionários dispensados.
O comunicado refere que o sindicato irá reagir com força contra essa iniciativa. “Nenhuma reestruturação justificaria demitir tantos trabalhadores em atividades que exigem muita especialização e treinamento, e onde a segurança é fator crítico. É muita gente, o impacto será enorme para todos. A concessionária enxerga os funcionários como números. Não nos vê como pessoas”, afirmam os dirigentes do SINA em Guarulhos.
O Sindicato é solidário a todos os trabalhadores que forem demitidos e coloca a assessoria jurídica da entidade à disposição. O SINA anuncia que vai questionar as demissões em massa no Aeroporto de Guarulhos junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e ao Ministério dos Transportes, e pedir uma auditoria da agência com o intuito de verificar se essa redução de mão de obra não irá comprometer a segurança operacional no aeroporto. Também irá denunciar as demissões em massa na GRU Airport ao Ministério Público do Trabalho, à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), e não descarta entrar na Justiça contra a concessionária.
“Os aeroportuários na GRU já vivem tendo que enfrentar o assédio moral por aumento de produtividade constante, aceitaram um reajuste aquém do necessário por conta da crise no país, trabalham por dois ou mais pois a empresa contrata menos do que deveria, e agora são ameaçados com uma demissão em massa. Precisamos refletir sobre isso. A precarização do trabalho está chegando a um ponto inaceitável. Foi pra isso que o governo federal privatizou o Aeroporto, para demitir com essa perversidade”, questiona a direção do SINA, que está indignada com essa decisão.
Entretanto, nesta sexta-feira, dia 3 de fevereiro, uma reportagem publicada pelo canal ‘G1’ da rede ‘Globo’ concretiza que o número de funcionários despedidos é de 170 provenientes de diversas áreas de serviço, nomeadamente agentes de segurança e operacionais. A GRU Airport disse que não irá comentar as demissões.
Um porta-voz do sindicato disse que, de 2014 a 2016, o Gru Airport demitiu 585 funcionários, fora os 170 que foram demitidos nesta semana. Ao ‘G1’, a Infraero, empresa que administra os aeroportos do pais, diz que apesar de possuir 49% do capital societário da sociedade criada para a concessão do aeroporto de Guarulhos, não tem poder de intervir em nenhuma diretriz de operação do aeroporto.
O Ministério do Trabalho em São Paulo informou que a denúncia do sindicato não consta no sistema, pois é possível que ainda não tenha sido distribuída para algum procurador, mas que está monitorando o caso.